🇵🇸 Atualização 28/9

AGORA NAVEGAMOS EM ALERTA GERAL

Voltamos a navegar ontem à noite, após a conclusão do remanejamento para outros barcos dos companheiros do Family, cujo motor quebrou. Já estamos em águas internacionais e, diante das ameaças comunicadas aos ministérios de governos de vários países — dentre os 44 que têm representação nesta missão — de que nossos barcos serão atacados em águas internacionais, a Flotilha entrou em alerta geral, mudando toda a nossa rotina nos barcos e nos preparando para as várias hipóteses, que vão da interceptação e sequestro dos barcos e das pessoas, com prisão em Israel, até ataques destrutivos aos nossos barcos. As instruções e treinamentos passam a ser intensivos, incluindo sobrevivência no mar.

Eu, pessoalmente, acredito que a pressão internacional sobre Israel e o isolamento crescente têm sido importantes, e espero que se intensifiquem, principalmente contra a brutal crueldade em Gaza e também para que a carga de ajuda humanitária que levamos — e a que está barrada na fronteira do Egito — possa chegar ao povo massacrado palestino na Faixa de Gaza.

Nós, que aqui estamos navegando para Gaza, estamos cumprindo a parte que nos propusemos: ir para furar o bloqueio a Gaza e abrir um corredor marítimo de ajuda humanitária.

É hora de intensificarmos a luta em todo o mundo pelo fim deste genocídio, pelo fim do holocausto e do “estado” genocida de Israel.

🇵🇸PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR🇵🇸



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🇵🇸 Atualização 26/9


O barco Family está com um problema sério no motor, que não dá para consertar; estará impedido de navegar. Todos os participantes e tripulantes serão remanejados para outros barcos, numa operação que envolve também equipamentos de salvamento, comida, água etc. O Family é um barco com muita gente e onde se encontram alguns dos coordenadores. Toda esta complexa operação levará a um novo atraso, mas não vamos deixar ninguém para trás.

Quanto aos companheiros que quiseram sair da missão diante dos fatos novos, já puderam fazê-lo (e foram poucos) nenhum do Sirius, o nosso barco.

Com o remanejamento dos camaradas do Family teremos mais seis companheiros novos no nosso barco, que já estava com muita gente, mas vamos nos reacomodando e vamos em frente.

Precisamos ganhar a guerra de narrativas com o Estado de Israel, que agora diz que não respondemos à oferta de um porto em Israel para descarregar nossa ajuda humanitária, que seria distribuída por Israel aos palestinos de Gaza — quando todos sabemos que Israel impede a entrada de centenas de caminhões de ajuda humanitária, que apodrecem na fronteira do Egito com Gaza, e que o que eles distribuem através de uma empresa controlada por eles e pelos EUA serve de armadilha para matarem — metralhando — crianças, mulheres e homens que se aproximam para pegar um pouco de comida. Os genocidas sionistas dizem que não aceitamos a sua proposta porque não lhes interessa levar a ideia de que somos terroristas a serviço do Hamas. Com essa versão pretendem justificar os ataques que estão anunciando aos governos que atacarão nossos barcos quando chegarmos em águas internacionais, que eles declaram área de guerra.

Para esta disputa de narrativas contamos com todos os companheiros e com nossas mídias alternativas e redes sociais nos próximos dias, quando estivermos chegando a esta área controlada por Israel.

É importante que se saiba que, em Gaza, foi montado um operativo para descarregar e também para distribuição dos alimentos, medicamentos etc. pelos palestinos, e a nossa meta é chegar até os companheiros em Gaza.

🇵🇸 ISRAEL SERÁ DERROTADO.
🇵🇸 PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR.

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🇵🇸 Atualização 25/9


DECISÃO DEFINITIVA DA FLOTILHA A GAZA
Em reunião simultânea ocorrida em todos os barcos da Flotilha a Gaza, em frente à ilha de Creta, hoje, foi anunciado a todos os participantes que os governos, através dos seus ministérios do Exterior, foram comunicados por Israel de que os barcos da Flotilha a Gaza, quando deixarem as águas territoriais da Grécia — onde se encontram agora — e entrarem em águas internacionais, serão duramente atacados.

Diante da gravidade das ameaças agora oficialmente formalizadas, a coordenação, ou comitê central, da Flotilha decidiu consultar todos os participantes, incluindo as tripulações, para saber se, diante deste fato novo, alguém quer sair da missão por mar, sendo esta a última oportunidade de fato para desembarcar. Outra questão colocada é que, para todos os que decidirem seguir, as decisões do comitê central serão acatadas. Em nosso barco, seguiremos todos.

Quero comentar a decisão tomada. Quem entrou nesta missão sabia que todas as hipóteses estariam colocadas e, na minha opinião, continuam todas colocadas; não é porque os governos foram comunicados que a pior hipótese pode ser dada como certa, mas também não pode ser descartada.

Na reunião, uma companheira comentou comigo que sua posição pessoal era de seguir em frente, mas que precisava consultar a direção da sua organização política. Eu não tive e não tenho dúvida da posição da CSP-Conlutas, que estou aqui representando, e por isto declarei: Vamos a Gaza.

Quanto à questão de acatar as decisões a serem tomadas pela coordenação ou comitê — sobre a qual houve uma discussão — declarei que o único momento em que a democracia operaria não pode ser o critério de decisão diante de uma situação “militar”, como é o nosso caso agora.

Estamos cumprindo o nosso papel. Esperamos que nossos governos — e, em especial, o nosso — façam sua parte, rompam todas as relações com Israel e tomem ações concretas contra o genocídio em Gaza.

🇵🇸 PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR! 🇵🇸

Magno de Carvalho
– Sintusp
– Membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas
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🇵🇸 Atualização 24/9

Soou o alarme e não era treinamento!

À uma hora da madrugada de hoje, 24/9, nossos barcos navegavam bem próximos. Eu havia terminado meu turno de vigilância às 23 horas e dormia, como a maioria dos companheiros e companheiras do Sirius, quando soou o alarme. Rapidamente, estávamos todos no convés de proa, em nossos lugares predeterminados nos treinamentos, com nossos coletes salva-vidas afivelados, sapatos fechados, passaportes, celulares e medicamentos em mãos, como em todas as simulações.

Desta vez, eram drones que sobrevoavam a flotilha, lançando projéteis explosivos próximos a alguns barcos, sem atingir qualquer embarcação. De todos os barcos, víamos os drones e projéteis. E ouvimos as explosões. Foram 12 ataques ao longo de três horas. É claro que não houve erro de alvo: não quiseram atingir nossos barcos. Na minha opinião, o objetivo dos militares israelenses é a tentativa de desgaste psicológico, de tirar o nosso sono etc.

Não conseguirão nos abater. Nós nos inspiramos na resistência e na resiliência dos palestinos, que enfrentam um brutal e cruel genocídio e sobrevivem.

Venceremos!

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🇵🇸 Atualização 21/9

🔊OUÇA AQUI
A humanidade precisa deter o massacre cada vez maior em Gaza; caso contrário, não somos dignos de nos intitular seres humanos.

Sobre a nossa flotilha, estamos agora indo direto para Gaza, com mais de 40 barcos e mais de trezentos companheiros(as). A previsão de chegada a Gaza, se não houver nada no caminho, como diz o capitão, é dia 29, para descarregar nossa carga de alimentos e medicamentos para o povo palestino de Gaza.

Temos que, todos juntos, em terra ou no mar:

🇵🇸 SOAR O ALARME CONTRA A INVASÃO TOTAL DE GAZA.
🇵🇸
FURAR O CERCO A GAZA.
🇵🇸
BARRAR O GENOCÍDIO.
🇵🇸
PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR.

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🇵🇸 Atualização 18/9


Hoje, 18/9, houve na madrugada uma reunião dos capitães de todos os barcos, que durou 4 horas com pauta única: a tempestade! Alguns, principalmente os italianos, defenderam romper e atravessa-la outros, como nosso Capitão, defenderam que devemos esperar cerca de 24 horas e então seguir! Venceu esperar 24 horas: posição que acho corretíssima, pois poderíamos perder mais barcos menores: como ocorreu na tempestade, após sairmos de Barcelona, portanto vidas seriam arriscadas, principalmente nesses pequenos barcos.

Nossa missão não é uma aventura, como dizem alguns dos nossos detratores, ou uma competição de bravura. Nosso objetivo e chegar a Gaza com todos os barcos, com todas as pessoas vivas e com toda nossa carga de alimentos e medicamentos para entregarmos a nossos Companheiros(as) Palestinos(as) em Gaza.

É claro que estes atrasos sucessivos nos criam alguns problemas, como o esgotamento da comida que temos para a viagem, mas vamos racioná-la desde já.

Quero falar um pouco do nosso barco, o Sirius: é, como eu já disse, um barco histórico (ou tombado como se diz no Brasil) teve sua primeira largada em 1919, isto é, tem 106 anos! Todos o chamam de “barco pirata” é um veleiro de 2 mastros enormes, cujas velas até agora não foram içadas. Estou aproveitando para aprender muitas novas técnicas de marinha, num barco que não poderia ser mais completo. O Capitão me disse hoje: “Nada poderia ser mais honrado para um barco que está no fim da sua vida útil do que ir a Gaza!”

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🇵🇸 Atualização 17/9

1ª Atualização 17/9
Estamos navegando bem. Hoje devemos nos encontrar com os barcos vindos da Itália, mais à frente os da Grécia. Ontem à noite, um drone ficou sobrevoando a flotilha por um tempo e depois foi embora. As previsões de chegada a Gaza continuam para o dia 26.

2ª Atualização 17/9
Em reunião pela manhã, tivemos informes vindos do capitão. Estamos navegando próximo da costa da Sicília. Um barco vai até o porto abastecer; será a última oportunidade para quem quiser desembarcar. Dois barcos de uma frota de resgate de imigrantes vão acompanhar a flotilha até a zona laranja. Logo, os barcos da Itália se juntam a nós. Temos à frente uma grande tempestade (agora temos pouco mais de um metro de ondas; na tempestade, haverá ondas com mais de 3 metros). Os capitães vão decidir se tentam contorná-la, esperar que passe ou enfrentá-la sem parar. Nas três hipóteses, teremos um novo pequeno atraso.


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🇵🇸 Atualização 16/9


Hoje, terça-feira, 16/9, são 9h30 aqui (4h a menos no Brasil). Estamos navegando bem e ao encontro dos barcos originários da Itália e da Grécia.

Seremos, no total, cerca de 40 barcos, ou pouco mais, dos cerca de 50 que tínhamos inicialmente, rumando a Gaza, com a previsão confirmada de cerca de 12 dias de viagem até a área vermelha, na qual provavelmente seremos interceptados ou, na pior hipótese, bombardeados. Não creio muito nesta segunda hipótese.

No nosso barco estamos todos bem. Temos tarefas para todos, entre: cozinha, limpeza, segurança e vigilância noturna. Continuo nesta última em rodízio.

Agora teremos reunião e treinamento para abordagem com os nossos 8 novos companheiros(as), que entraram em nosso barco em Bizerte. Nosso barco, o SIRIUS, está sendo o barco guia (e vai à frente). Sigo informando!

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