O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (SINTUSP) vem a público expressar seu total apoio e solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que enfrentam graves ataques à autonomia e à essência pública do órgão.
Repudiamos veementemente as medidas autoritárias da gestão de Márcio Pochmann, que, ao criar a Fundação IBGE+ e impor decisões como a portaria nº 1023, desrespeita os trabalhadores e ignora as instâncias democráticas internas. Tais ações ameaçam o caráter público do IBGE, abrindo espaço para sua privatização e para a mercantilização do conhecimento produzido por uma das instituições mais importantes do país.
Destacamos que, na USP, lidamos há anos com os impactos negativos ao setor público trazido por fundações privadas semelhantes à Fundação IBGE+, que a gestão do órgão pretende criar e que vem sendo o pivô de sua disputa com os trabalhadores. Tais fundações representam um ataque ao concurso público, servindo tanto como mais uma porta para a terceirização no serviço público, como também como pretexto para criação de uma série de cargos de livre nomeação pela direção da fundação. Além disso, facilitam que interesses privados ganhem espaço no órgão, por meio de decisões que não estão submetidas a qualquer controle democrático e que passam ao largo de normas que garantem transparência nos gastos e no emprego de recursos públicos.
Reafirmamos que a luta dos servidores do IBGE não é “corporativista”, mas uma batalha legítima em defesa de um órgão público, transparente e comprometido com a produção de dados fundamentais para a formulação de políticas públicas que atendam às necessidades do povo brasileiro. A tentativa de desqualificar essa luta é um ataque à organização sindical e à autonomia da classe trabalhadora.
O SINTUSP repudia a prática antissindical da atual gestão do IBGE e a continuidade de políticas neoliberais que precarizam os serviços públicos. Defendemos a independência de classe e a construção de um IBGE que esteja, de fato, a serviço do povo e não dos interesses do capital.
São Paulo, 4 de fevereiro de 2025.
Sindicato dos Trabalhadores da USP