Na semana passada, após muita pressão política, a reitoria recuou, dizendo que o reitor ainda tinha que se manifestar no Processo Administrativo, mas que até aquela data, 10/10, não havia demitido ninguém e que marcaria nesta semana uma outra reunião. Nesta semana, na 2ª feira, 16/10, a reitoria entrou em contato formalmente com os advogados do SINTUSP, chamando-os para o diálogo (apenas os advogados, sem o sindicato e a Comissão dos Funcionários). Indagaram sobre “o que os funcionários aquaviários dos navios, queriam para negociar a transição de uma tripulação para outra”. Reafirmamos que a reitoria com pressa e tempestivamente, antes de qualquer diálogo com os trabalhadores e sindicato, banalizando os advogados, fez através da  CODAGE uma “licitação meia boca” temporária, apenas por seis meses, inclusive com “amigo do diretor do Instituto Oceanográfico, para receber R$ 1.469.600,30 (um milhão, quatrocentos e sessenta e nove mil e trinta centavos), quando o custo com a tripulação atual é de R$650.000,00 (neste mato tem coelho). Esta empresa assinou um contrato com a USP no dia 20/09/2023, sem ter um quadro completo de duas guarnições para assumir os navios. Olhem o que o empresário escreveu nas redes sociais:

“Demos 1 ou 2 passos pra trás… A doideira não terminou… Estamos precisando de 3xCTR ou MCB. Mas tem uma questão… Eles tem de possuir o Certificado Competência 1031 com a regra 11/3. Com tanta coisa essa colocação pode ser coberta por 3X20N basiquinhos Regra11/1. Pode ser velhinho e/ou aposentado, não tem problema. Pois o navio não vai navegar nos próximos 6 meses e nos dará tempo para safar isso”. Quem conhece navio sabe o que é esta malandragem.

Este empresário já foi dispensado da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) por péssimos serviços e pagando 60% abaixo do salário do mercado, não consegue agrupar profissionais especializados e competentes como os das atuais tripulações dos navios.

Agora sob forte pressão da comunidade interna e externa, com uma grande batata quente nas mãos, Sr. Carlotti e sua turma dizem não querer prevaricar e cometer improbidade administrativa, o que já aconteceu.

A Procuradoria Geral “faltou com a verdade”, pois Prof. João Mauricio ao fazer a pergunta aos nossos advogados reafirmam a “demissão” da atual tripulação, anunciando que querem fazer a transição de tripulações, sem reconhecerem que os funcionários aquaviários dos navios são: SERVIDORES PÚBLICOS DA USP!

Querem pagar os direitos dos trabalhadores, mas como “inteligentes governantes” que demonstram ser, não “sabem” o que pagar, e solicitam para os advogados apresentarem a conta destes direitos.

Entre estes direitos estão:

1) Os EMPREGOS que roubaram dos trabalhadores sumariamente, sem querer pagar os seus direitos. Estes trabalhadores aprenderam a manter não apenas uma relação de trabalho nestes navios, mas formaram uma coletividade que zela pelo Patrimônio Público, Ensino e Pesquisa e estão inconformados com o papel que a universidade vem mantendo, não dialogando para mencionar aos mesmos qual será o verdadeiro destino desses navios. Sabemos que os Marinheiros passam a maior parte de suas vidas no navio, portanto, o seu segundo Lar. A relação não é apenas empregatícia e sim emocional. Muitos estão sofrendo emocionalmente devido à situação (inclusive dois residem em um dos navios)

2) Indenização dos “DANOS MORAIS” coletivo, que estes 30 pais de famílias estão sofrendo desde 2 de maio de 2023, inclusive ignorados e esquecidos pelos pesquisadores do Instituto Oceanográfico que se enriqueceram com as pesquisas nos navios desenvolvidas.

3) Pagamento de todos os DIREITOS TRABALHISTAS. Muitos direitos ficaram para trás, como os benefícios sociais.

Agora começa a NEGOCIAÇÃO ou a Enrolação.

Apesar do Prof. João Mauricio (provavelmente amigo do ZAGO) não gostar de trabalhadores, exigimos que o Sindicato e a Comissão de Funcionários estejam em todas as reuniões de negociação. Se o Sr. João Mauricio não gosta de trabalhadores deveria ter ficado dando aula na FEARP e não ter assumido um dos maiores cargos da universidade, que inclusive é responsável pelo Recursos Humanos da USP.

PREJUÍZO PARA OS ESTUDANTES

Com a negociata sendo feita com os navios, os estudantes do IO já ficaram este ano e ficarão no ano que vem sem aulas práticas no mar. É o ensino sendo prejudicado com a política de terceirização, pois são R$9.000.000,00 milhões do dinheiro público, repassado para os que exploram trabalhadores, embolsando dinheiro público, que provavelmente será dividido com os “amigos” da USP. Em março, um dos navios será docado e sabe se lá, o que os picaretas decidirão sobre o destino dos navios. Tomará que não seja o mesmo do navio” Prof. Besnard”. Será que a USP com esta política nefasta conseguirá manter os seus Prêmios, ou apenas a “etiqueta USP” resistirá??POR QUE SERÁ?

CONSELHO GESTOR DOS NAVIOS CALADO! POR QUE SERÁ?

Convidamos todos(as) a lerem o Regimento Interno do Instituto Oceanográfico para saberem o quanto os administradores da USP passam por cima das normas administrativas que a academia escreve e não cumpre.

Até o presente momento, o Conselho Gestor dos Navios do IO não se manifestou sobre estas negociatas. Talvez não seja interessante esta discussão, pois nenhum ganho terá os seus componentes. São décadas de manipulação do dinheiro público da universidade, da FAPESP e de outros organismos, sobre o mando das direções do IO, chancelada pela Procuradoria Geral e agora os trabalhadores são as vítimas de administrações caóticas, que enriquecem currículos acadêmicos com grandes descobertas científicas, gerando fortunas fora da universidade.

Os trabalhadores exigem a manifestação do Conselho Gestor dos Navios do IO, pois eles também são autores das grandes descobertas, mas continuam pobres, explorados, e agora desempregados e humilhados por uma universidade que possui uma pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento, apenas para dar “cargos” aos amigos que votaram nas eleições para reitor, que continua excluindo e banalizando histórias de vidas, adoecendo pessoas e trazendo intranquilidade para 30 famílias de SERVIDORES PÚBLICOS DA USP que foram enganadas.

Com a PALAVRA os grandes pesquisadores do Instituto Oceanográfico.

MAIS UM REMENDO DA PROCURADORIA GERAL NA ADMINISTRAÇÃO DA USP

A reitoria através da Portaria GR8217, editada em 11/10/2023, criou o Programa USP de Redução de Litigiosidade, uma forma de solucionar conflitos para que erros administrativos e injustiças dentro da USP praticados por seus governantes não cheguem na Justiça.

Mais um “remendo” costurado pela Procuradoria Geral para proteger a burocracia acadêmica. Para resolver conflitos é necessário o diálogo, portas abertas e o respeito pelo outro. Como resolver conflitos se a comunidade USP não é ouvida, respeitada e ignorada? Como resolver conflitos se os princípios administrativos são diariamente desrespeitados nas relações humanas dentro da universidade, onde só tem voz, quem manda? Como resolver conflitos, aonde o SINTUSP terminou de negociar um Acordo Coletivo de Trabalho, onde interesses da reitoria prevalecem e a Organização dos Trabalhadores é atacada? Como resolver conflitos, onde a vida e saúde dos trabalhadores, professores e estudantes não têm valor para a reitoria e a desumanização cresce dentro da universidade? Como resolver conflitos, onde a Procuradoria Geral abre as asas e esconde embaixo destas aqueles que cometeram improbidades administrativas, ao fazerem o que fizeram com os navios do IO e seus funcionários, apontados como responsáveis por não terem feito Concurso Público, vitimando os trabalhadores com a perda do emprego, sendo que aqueles que deveriam responder administrativamente, civil e criminalmente ficam ilesos e continuam a praticar os mesmos erros? Como resolver conflitos, quando um professor no Instituto de Biociências “rouba” a universidade, ganha como prêmio um afastamento e vai vivenciar grandes universidades nos EUA, enquanto é imposto a um trabalhador, que realizou um transplante de rim, pagar R$ 40.000,00 para a universidade, porque não aceitaram atestados e laudos médicos da Equipe de Transplante do Hospital das Clínicas da USP?

Não achamos que consigam colher frutos disso. Precisaria de uma política muito mais profunda, como a valorização do SESMET, a valorização da COPERT, da ouvidoria e um DRH mais acolhedor, disponível e ágil diante dos conflitos trabalhistas. Se a reitoria quisesse resolver essas pendências de fato e de verdade, ou seja, na raiz, cuidaria das condições de trabalho, editaria políticas de recursos humanos eficientes, tendo os trabalhadores como atores centrais e não aceitaria o assédio moral na universidade.

Não haverá redução de litigiosidade

São 13.000 processos judiciais contra a USP. Isto é fruto da soberba e dos erros administrativos da burocracia acadêmica, que acha que a universidade é fundo de quintal da sua casa. É o endossamento ao desrespeito dos princípios administrativos praticados e a proteção da Procuradoria Geral aos que geram os conflitos, prejudicando professores, funcionários e estudantes, levando a universidade a pagar milhões de reais em precatórios. Para os trabalhadores NADA PODE, pois tudo resvala nos princípios administrativos. Os Procuradores são os “guardiões” da universidade. Para eles TUDO PODE, pois sempre encontram alternativas dentro dos princípios administrativos e leis para os proteger.

Ao pagar os precatórios, a Universidade deveria exigir daqueles que geraram o conflito, o reembolso do valor do processo judicial à universidade.

Ao editar esta Portaria, será que não foi pensado na atuação da Procuradoria Geral, que nas últimas décadas edita os seus pareceres somente para justificar as mazelas da reitoria, do DRH e da burocracia acadêmica, mas nunca para fazer a verdadeira justiça? Será que novamente os prejudicados de sempre pagarão o PATO??