Já estamos no final de maio, e até agora o Cruesp não deu nenhuma indicação acerca das reivindicações que o Fórum das Seis apresentou na nossa Campanha Salarial 2021. Somente nesta quinta-feira, depois de 2 meses que protocolamos a pauta, o reitor da USP Vahan, que preside atualmente o Cruesp, agendou reunião de negociação, e somente para o dia 10 de junho. Um total desrespeito!
Não é novidade para ninguém que nosso salário diminui seu poder de compra mês a mês, ano a ano. Já publicamos no boletim 29 (https://bit.ly/3wTtx28) um gráfico com as perdas acumuladas. Um funcionário do piso da carreira de técnico acumulou desde 2012 mais de 50 mil em perdas!
Os patrões e governos querem justificar os ataques aos nossos direitos, empregos e salários por conta da crise. Mas o que não dizem é que mesmo nessa situação, o país ganhou mais de 20 bilionários, que tiveram suas fortunas aumentadas durante a pandemia. Portanto a disputa que temos que fazer é sobre quem deve pagar os efeitos dessa crise! E não podemos aceitar que sejam os trabalhadores.
No caso das universidades, e em particular da USP, a situação de pandemia não é nem mesmo uma justificativa verossímel. Apesar da retração econômica em alguns meses, a arrecadação do ICMS não teve uma queda brusca. Isso, somado ao arrocho dos nossos salários, e a suspensão da contagem de tempo para quinquênio e sexta-parte, levou a que a USP atingisse um dos níveis de comprometimento da receita com folha de pagamento mais baixos dos últimos tempos.
Conforme vemos na tabela, o comprometimento acumulado em 2021 está na casa dos 75%! Para se ter uma ideia, os Parâmetros de Sustentabilidade aprovados debaixo de bala da PM em 2017 apontava uma meta de 80% para 2022. Ou seja, atingiu a meta e agora querem dobrar!
Além do relativo baixo comprometimento, a USP já tem reservas financeiras na casa de 1 bilhão, como podemos ver na imagem abaixo:
2) Inclui receitas vinculadas de exercícios anteriores
3) Saldo das reservas em fim de período (4 = 1+2-3)
Tabela 4 Diretrizes orçamentários 2021, acesso pelo link: https://bit.ly/34EaSLK
Portanto dinheiro tem!
Os reitores argumentam que não podem conceder reajuste por conta da LC173 que barraria essa possibilidade até o final de 2021. Ora, já houve decisões judiciais que apontam que essa lei não se aplica às universidades! Além disso, recentemente a própria reitoria da USP flexibilizou sua compreensão da Lei para permitir a progressão na carreira dos docentes que foram aprovados na livre-docência! E, por fim, basta lembrarmos como os reitores desrespeitaram por um tempo, e depois fizeram lobby no STF para modificar a lei que proibia salários acima do teto do governador. Ou seja, quando é de interesse deles, acham um jeito!
A Adusp está apontando para a assembleia dos docentes um indicativo de Greve para exigirmos o atendimento das pautas apresentadas ao Cruesp. A diretoria do Sintusp vai apresentar na terça-feira, dia 8, na nossa Assembleia Geral, a proposta de também aprovarmos um indicativo de Greve, a ser levado para a discussão nas reuniões de unidade. Também apresentaremos essa proposta ao Fórum das Seis, que se reunirá amanhã.
