
A Assembleia do dia 2 de abril pautou as principais reivindicações da nossa categoria para a Pauta Unificada, que o Fórum das Seis, que reúne entidades das três universidades estaduais paulistas e o Centro Paula Souza, irá apresentar ao Cruesp (conselho dos reitores) como parte da campanha salarial unificada.
Queremos o reajuste do total das perdas de 2012 para cá!
Reafirmamos a proposta pautada pelo Fórum de reajuste de 16,5% (mais o índice de março e abril que ainda não foi divulgado) que diz respeito às perdas salariais que tivemos desde 2012, que foi o momento em que nossos salários tinham o melhor poder de compra. De lá para cá, fomos sofrendo perdas que acumulam o montante a 21,5 salários, conforme publicamos no Boletim nº 12_25.
R$1.200,00 fixos como forma de valorização dos menores salários!
Reafirmamos a luta pelo reajuste de um valor fixo, além das perdas, de R$1.200,00 reais como forma de valorização dos menores salários da USP. O reitor Carlotti faz demagogia com os trabalhadores de nível básico, promovendo palestras motivacionais em hotéis de luxo, mas não responde por que a USP não contrata mais trabalhadores de nível básico. São mais de 13 anos sem concurso para esses trabalhadores e os seus setores atuais estão sendo desmontados! A USP extinguiu diversas funções de nível básico, que hoje são terceirizadas. Mesmo as contratações de nível médio estão ocorrendo a conta gotas. Valorização para nós não é cargo de chefia, nem plaquinha de agradecimento. É preciso contratação de efetivos, salários dignos de pelo menos 3 salários mínimos para o nível inicial, reajuste de acordo com a inflação dos alimentos e do custo real de vida
Lutar contra a terceirização: pela efetivação de todas terceirizadas sem a necessidade de concurso!
A terceirização avança nas três universidades, ainda que em tempos diferentes. Na USP estimamos que cerca de 25% dos funcionários sejam terceirizados, especialmente na área de higiene, limpeza e vigilância, além de funcionários de fundações. São funcionários que, embora estejam no mesmo local de trabalho, exercendo as mesmas funções de trabalhadores efetivos, tem jornada de trabalho distintas, especialmente a jornada 6×1 com 44 horas semanais, e salários e direitos muito menores. Os reitores e gestores tentam nos convencer de que a terceirização é mais barata aos cofres das universidades, um argumento mentiroso, pois os custos são ainda maiores embora os salários sejam muito menores. A terceirização é um mecanismo que serve para aumentar os lucros de donos de empresas, muitos vinculados
à burocracia universitária da USP, precarizar o conjunto das condições de trabalho e dividir os trabalhadores entre efetivos e terceirizados, e também dentre os terceirizados, divididos em dezenas de empresas para dificultar a organização dos trabalhadores pelos seus direitos. Quanto mais avança a lógica empresarial privatista da universidade, mais avança a terceirização.
Na USP, há mais de 10 anos não se contrata funcionários de nível básico e para as áreas operacionais?!
No Fórum das Seis, discute-se a necessidade urgente de lutar para reverter o processo de terceirização que, com o marco legal da ciência, tecnologia e inovação, atinge também aos docentes, com formas de contratação cada vez mais precárias. Para reverter a terceirização, algo urgente, é necessária uma forte luta unificada de todos os trabalhadores das universidades, sejam eles efetivos ou terceirizados. Nós, trabalhadores da USP, há muitos anos temos defendido em todos os fóruns que participamos a necessidade de lutar contra a terceirização. Mas, para que essa luta possa significar um avanço na lua por direitos e pela unidade dos trabalhadores, levantamos junto ao combate à terceirização à necessidade de efetivação imediata de todos os trabalhadores terceirizados que hoje trabalham na universidade. Sem isso, a reversão da terceirização significará a demissão de milhares de trabalhadores! Não é possível uma luta unificada contra a terceirização abandonando os companheiros terceirizados. Infelizmente as entidades do Fórum das Seis não compartilham conosco essa luta, mas queremos avançar com isso dentro do Fórum. Por isso, propusemos na nossa assembleia realizar um debate, após a campanha salarial, com as três universidades para que possamos convencer as demais entidades da justeza da demanda, entendendo que a mesma luta diz respeito aos funcionários de fundações.
Defender o Hospital Universitário e todos os aparelhos de saúde!
A situação do HU é cada vez mais dramática. Os funcionários estão sobrecarregados e adoecendo aceleradamente. Os atendimentos à comunidade e à população estão cada vez mais restritos. Faltam diversas especialidades. As trabalhadoras terceirizadas da higiene e limpeza em sua última paralisação denunciaram a falta de equipamentos mínimos para a limpeza eficiente do hospital, para garantir a segurança sanitária dos pacientes e funcionários. O mesmo rodo e mop que limpa banheiros, limpa salas de cirurgias e corredores. Um completo absurdo!
Enquanto o reitor, que é médico, os gestores do hospital e da superintendência de saúde fazem acordos com empresas e fundações, quem mais sofre são os trabalhadores e a população. O HU que já foi um hospital de excelência precisa ser defendido com unhas e dentes por toda a USP. O melhor momento do hospital foi com quadro de funcionários completo e de efetivos com iguais direitos e salários. É preciso lutar contra o sucateamento que só serve aos interesses empresariais. O HU é da USP e do Povo!
Por isso, nossa pauta inclui a defesa urgente do hospital como parte da luta para reverter o processo de desvinculação do HRAC de Bauru, barrar a desvinculação do SESA e os ataques ao Centro de Saúde-Escola Butantã.
Saúde não é mercadoria!
Reunião do Fórum das Seis: nesta terça-feira, 8 de abril
A próxima reunião do Fórum das Seis será terça-feira, 8/4, onde será fechada a PAUTA para ser entregue aos reitores. Votamos levar ao Fórum, além do debate sobre a terceirização, a realização de um ato no dia da negociação com o Cruesp (que ainda deverá ser marcado), na Unicamp, onde está o atual presidente do Cruesp.
É fundamental nossa mobilização para arrancar todas as nossas demandas!