Em 5 de agosto de 2024, a empresa Cerâmica Lima S.A. (CELIMA), anunciou o início de um processo de demissão coletiva contra 216 trabalhadores das 3 plantas localizadas na cidade de Lima, alegando, entre outros motivos, a queda da demanda nos mercados nacional e internacional.
A petição envolveu todo o Conselho Diretor do Sindicato, todo o Comitê de Saúde e Segurança Ocupacional e a maioria dos ativistas e ex-líderes do Sindicato.
Ao mesmo tempo, foi aplicada a Suspensão Perfeita do Trabalho, automaticamente aprovada pelo MT nesses casos, ou seja, sem salário até que a Autoridade Trabalhista resolva.
Após 3 meses e graças à mobilização contínua do sindicato e à solidariedade recebida, foi possível obter 3 resoluções rejeitando o pedido por não cumprimento de determinados requisitos formais, determinando a reintegração e o pagamento do salário não recebido.
No entanto, longe de cumprir a ordem da Autoridade do Trabalho, a empresa Cerâmica Lima aplicou um novo procedimento de Despedimento Coletivo, desta vez a 119 trabalhadores, na sua maioria (90%) sindicalizados, onde volta a envolver toda a Direção e reconhecidos lutadores do movimento sindical.
Sabemos que a resolução emitida pela Autoridade Trabalhista pode levar meses ou até anos, por isso os patrões correm o risco de esgotar a luta, que já dura 6 meses sem que os trabalhadores recebam qualquer salário.
Nossa estratégia continua sendo resistir e buscar revogar a lei que permite demissões em massa, conquistando a classe trabalhadora e suas organizações de base para essa tarefa. Ao longo do caminho, realizamos eventos importantes em frente ao Ministério do Trabalho e nas sedes administrativas da empresa.
Dada a natureza de ultradireita deste governo Boluarte, acreditamos que é possível que eles emitam uma resolução em favor dos patrões.
Para evitar essa possibilidade, é importante o apoio internacional, por isso o Comitê de Luta está promovendo um memorial dirigido às Autoridades do Ministério do Trabalho para exigir a rejeição total das demissões e sua imediata reintegração.
O Sindicato dos Trabalhadores da USP se solidariza incondicionalmente com essa justa luta dos trabalhadores peruanos e fazem um apelo à solidariedade nacional e internacional à luta dos trabalhadores do Sindicato CELIMA contra o processo de demissão coletiva realizado pela Cerâmica Lima S/A (CELIMA).
São Paulo, 28 de fevereiro de 2025
Sindicato dos Trabalhadores da USP