
A onda de calor que castiga o estado de São Paulo não é um fenômeno isolado, mas parte de um cenário alarmante de degradação ambiental, com queimadas promovidas pelo agronegócio, contaminação do ar e da água pelas indústrias, entre outros. Enquanto o planeta enfrenta colapsos climáticos, fruto do desmatamento, da urbanização descontrolada e da exploração irracional dos recursos naturais, nós, trabalhadores da USP, efetivos e terceirizados, não estamos imunes às consequências dessa crise.
Aqueles que trabalham ao ar livre, sob sol escaldante, com uniformes pesados, ou em salas abafadas e sem ventilação, são as primeiras vítimas de um sistema que prioriza o lucro sobre a vida humana e a sustentabilidade.
A USP não pode se calar diante dessa realidade. A terceirização e precarização, bem como a falta de investimento em infraestrutura adequada e a negligência com trabalhadores expostos a condições extremas são reflexos de uma lógica perversa que trata pessoas como custos, não como prioridade. Enquanto corporações e governos alimentam a crise climática com projetos poluentes e destruição de biomas, somos nós, a classe trabalhadora, que pagamos o preço com nossa saúde e segurança.
Exigimos medidas imediatas para mitigar os efeitos do calor:
- Adequação dos ambientes de trabalho: Instalação de ventiladores, climatização ou espaços de descanso refrigerados para quem trabalha em salas abafadas ou áreas externas.
- Fornecimento de equipamentos adequados: Uniformes mais leves e apropriados para o verão, além de protetores solares e bonés para quem atua ao ar livre.
- Pausas regulares e hidratação: Garantia de intervalos frequentes em locais frescos e acesso livre a água potável em todos os setores.
- Em casos de alertas da Defesa Civil sobre chuvas e tempestades: Dispensa dos trabalhadores, sem a necessidade de pagamento de horas, nos casos de alerta para chuvas intensas, tempestades ou outros eventos climáticos extremos, para garantir o retorno ao lar com segurança.
Isso deve ser para todos os trabalhadores da USP, efetivos e terceirizados de todos os campi da capital e interior!
Nossa luta por condições dignas de trabalho é inseparável da luta por justiça climática. Não podemos ser reféns de um sistema que explora pessoas e natureza até a exaustão.