I Semana de Saúde Mental e outras ações da PRIP — Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento não passam de cortina de fumaça

O adoecimento mental é uma dura realidade para milhares de trabalhadoras e trabalhadores da USP. A estrutura antidemocrática e elitista da Universidade provoca diversos casos de abuso de poder, assédio moral e sexual nos locais de trabalho, que não são devidamente investigados nem punidos.

Os representantes da Reitoria e a Administração Central da USP pressionam as chefias nas unidades a cobrar regularizações de ponto de forma indevida e insistente, realizar descontos salariais de maneira precipitada e dificultar a apresentação de atestados médicos para tratamento próprio ou de dependentes.

Além disso, a política de desmonte levada a cabo ao longo dos últimos anos e que continua na gestão Carlotti é responsável pelo aprofundamento do adoecimento mental e físico dos trabalhadores, que desde os últimos PIDVs — Planos de Demissão Voluntária, enfrentam sobrecarga de tarefas e falta de recursos, que precarizam nosso trabalho e abrem caminho para a terceirização de nossas funções.

Essa situação é agravada ainda mais pelo empobrecimento decorrente do arrocho salarial, pela falta de perspectivas de crescimento profissional (não temos qualquer movimentação na carreira há mais de uma década), e pela discriminação com a qual a Reitoria trata nossa categoria quando comparada à dos docentes. A prova mais recente dessa discriminação foi a escandalosa diferença no valor da gratificação de permanência paga a docentes, e trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos. Nós recebemos seis vezes menos.

Desmonte das Creches USP e ataques a professoras e professores da Educação Infantil

Funcionárias e funcionários das Creches USP, vítimas do desmonte, adoecem física e psicologicamente, diante da extinção de funções, ausência de contratação, da crescente terceirização e da falta de informações concretas sobre o futuro do Programa de Creches. No mês de abril, as Creches foram surpreendidas com a notícia de um convênio entre a USP e a Prefeitura de São Paulo, que irá entregar o prédio da extinta Creche Oeste para a iniciativa privada, via OSC. Essa notícia, que escancara o plano da USP de extinção e terceirização da função de PROFEI (Professor de Educação Infantil) só aumentou a insegurança entre todos os trabalhadores e famílias! Chega de sucateamento!

Doentes e sem atendimento

Além de adoecer suas trabalhadoras e trabalhadores, a USP não oferece o atendimento de saúde necessário. Pelo contrário, avança com o desmonte do HU — Hospital Universitário, do CSEB – Centro Saúde Escola Butantã e do CEIP – Centro Escola do Instituto de Psicologia, entre outros. Já o tão propagandeado Ecos – Escritório de Saúde Mental, mantido pela PRIP, só realiza um primeiro acolhimento e em seguida encaminha quem o procura para o CEIP e outros serviços desmontados dentro e fora da USP. Esta situação também atinge os estudantes da USP que procuram assistência em saúde mental.

Ao mesmo tempo que desmantela os serviços de saúde existentes na USP, a Reitoria, a exemplo do que quer fazer com as creches, se empenha em injetar dinheiro público em empresas privadas, através do Auxílio-Saúde criado neste ano, que além de oferecer apenas atendimento primário, exclui dependentes e trabalhadoras e trabalhadores aposentados.