Desde o retorno presencial das aulas, o sistema de transporte dentro da USP está um verdadeiro caos. Antes da pandemia já não era muito bom, mas agora nitidamente piorou. A impressão é que a SpTrans ainda não retomou com o volume de veículos do período anterior. Isso afeta, sobretudo, os circulares, mas mesmo as outras linhas que entram no Campus aparentam operar com frotas reduzidas.

De acordo com os relatos e denúncias que recebemos, a situação está insuportável. Nos horários de pico, as filas para embarque no terminal estão quilométricas. Já para quem está nos pontos de ônibus na Cidade Universitária, embarcar nos circulares é um desafio. Isso sem falar da questão sanitária, já que os ônibus ficam abarrotados.

Na última reunião do Conselho Universitário, a questão apareceu através das denúncias feitas por estudantes, e também na fala da vice-diretora da FFLCH. A partir dos questionamentos, o reitor respondeu que a prefeita do Campus, professora Raquel, já estava em conversa com a SPTrans. Nesta segunda a questão também foi tema de matéria no Jornal do almoço da Globo, e vimos iniciativas de parlamentares cobrando a SPTtrans também. Até agora, no entanto, não temos nada de concreto.

Terceirização dos circulares transfere dinheiro para a iniciativa privada e piora transporte interno!

Importante lembrar que os circulares da USP eram de responsabilidade interna da Universidade, com frota própria e motoristas contratados pela USP, isso até 2012. Desde então foi firmado convênio com a SPTrans e houve o desmonte do serviço interno. Isso representou, em primeiro lugar, uma maior elitização do sistema de transporte interno, já que antes os circulares eram gratuitos para todos os usuários, o que incluía visitantes e funcionários terceirizados. Com a instauração do Busp, a gratuidade passou a atingir apenas aqueles com vínculo formal com a Universidade (docentes, funcionários efetivos e estudantes).

Além disso, essa terceirização tem como implicação a transferência anual de milhões de reais para a iniciativa privada, já que o sistema de ônibus na capital é totalmente privado. De acordo com o último contratado firmado, a estimativa é de repasse de cerca de 17 milhões por ano, para uma frota de 18 veículos. E mesmo com essa fortuna não dá para dizer que o serviço melhorou.