A Assembleia Geral realizada nessa última quarta-feira, 9/3, tinha como um dos pontos de pauta, a avaliação sobre a proposta de reajuste do Cruesp de 20,67% a partir de março. Várias das falas na Assembleia enfatizaram como essa proposta era fruto do receio dos reitores com a possibilidade de mobilização, caso não houvesse reajuste, tendo em vista a insatisfação crescente em toda universidade com esses anos de arrocho. E, evidentemente, essa conquista representa uma vitória parcial do nosso movimento, afinal a participação crescente nas Assembleias, bem como o indicativo de Greve já aprovado pelo Fórum das Seis, foram importantes instrumentos de pressão.
Nesse sentido, a Assembleia aprovou a proposta do Fórum das Seis de aceitar os 20,67%, mas de seguir a luta para garantir a negociação do restante da pauta. Não concordamos que esse reajuste já seja o da data-base de 2022, e por isso queremos seguir a negociação.
Lembrando que desde 2012 até agora, temos uma perda acumulada que exigiria um reajuste de pelo menos 40% para recuperar o poder de compra dos salários. Desse modo, não podemos abrir mão da negociação de um plano de recuperação das perdas.
Na Assembleia, houve muitos destaques acerca da discussão da necessidade de avançarmos na negociação do ponto sobre a valorização dos estratos iniciais das carreiras. No nosso caso, a reivindicação que já aprovamos em Assembleia é de um valor fixo de R$1.200,00. Essa proposta de um fixo tem como objetivo valorizar os mais baixos salários, já que proporcionalmente isso é mais representativo para quem ganha menos.
Com a inflação galopante, é fundamental termos reajuste mensal de salários
A Assembleia discutiu também a necessidade de avançarmos na luta pelo reajuste mensal dos salários, pois é algo que já aprovamos e que já fez parte até mesmo da pauta unificada do Fórum das Seis em anos anteriores, entretanto não conseguimos impor essa demanda.
A justificativa dessa reivindicação é simples, trata-se de estancarmos as perdas, tendo a reposição dos salários automaticamente a cada mês, conforme a inflação. Afinal, esperando um ano até cada data-base, mesmo quando temos o reajuste da inflação do período, o que perdemos não se recupera.
Em momentos de baixa inflação, essa questão acaba não parecendo tão relevante. Mas com o aumento da inflação que estamos vivendo (que tende a se agravar com a guerra na Ucrânia) isso passa a ser vital. Afinal, pode ser que em poucos meses os 20,67% conquistados virem pó (e não será de café, já que esse está valorizado). Nesse sentido, aprovamos levar ao Fórum das Seis novamente essa discussão para que o tema entre na próxima reunião de negociação.
Assembleia aprova paralisação com ato no dia da próxima negociação!
Nossa Assembleia também referendou a proposta do Fórum das Seis de paralisação com realização de ato no dia da próxima negociação, para que possamos garantir a continuidade da negociação do restante da pauta. A princípio, o Fórum das Seis solicitou que a reunião seja dia 16/3, mas ainda não obtivemos resposta. Assim que tivermos a confirmação do dia informaremos o conjunto da categoria. Também aprovamos levar ao Fórum das Seis a proposta de realizar um dia de luta, caso o Cruesp demore para agendar a reunião.
Outras propostas aprovadas no ponto sobre Campanha Salarial!
- Realizar uma Campanha, exigindo que o CO revogue sua resolução que desvinculou o HRAC, aprofundando essa discussão também no próximo CDB
- Cobrar da reitoria a publicação do edital para contratações para o HU, CSEB e outras antes do prazo limite da lei eleitoral.
- Propor ao Fórum das Seis exigir do CRUESP a negociação do fixo de R$1.200,00 ainda em março
- Retomar e ressaltar a importância e a necessidade de uma campanha pela incorporação das (os) terceirizadas (os)
- Discutir no CDB e numa próxima Assembleia a proposta de levar adiante, através da CSP-Conlutas, uma campanha nacional por um piso nacional igual ao mínimo do DIEESE e escala móvel de salário.
Assembleia aprova proposta de extensão do prazo de compensação do Banco de horas 2019/2021 para o dia 31 de maio!
Também pautamos na Assembleia desta quarta a questão do retorno presencial das atividades (que falaremos a seguir) e a proposta formulada em reunião da Copert de extensão do prazo de compensação das horas do Banco de horas do período de 2019-2021.
Conforme já apresentamos em boletim anterior, após longo debate na Copert, os membros da reitoria não aceitaram a reivindicação, aprovada em Assembleias anteriores, de abono das horas negativas, mas aceitaram uma extensão do prazo. A proposta final que chegamos na discussão foi de estender por mais dois meses, isto é, até dia 31 de maio. Também ficou acertado que casos excepcionais serão discutidos na Copert.
Na Assembleia, foi aprovada por ampla maioria (quase 90% dos votos), essa proposta de extensão do prazo até 31 de maio. Lembrando que isso vale tanto para quem tem horas negativas quanto pra quem tem horas positivas desse banco de 2019-2021.
Por um Retorno Presencial com todas as garantias das condições de segurança!
Na Assembleia também discutimos o tema do retorno presencial das atividades. De modo geral, consideramos importante enfatizar que a pandemia não acabou. No entanto, neste momento, felizmente vemos uma diminuição do número de novos casos, bem como de óbitos, e também das taxas de ocupação de leitos hospitalares. Ao mesmo tempo, o avanço da vacinação no estado faz com que boa parte dos funcionários já estejam imunizados inclusive com a dose de reforço. Ao mesmo tempo, a Universidade planeja o retorno das aulas presenciais para o dia 14/3.
Nesse sentido, consideramos que não podemos nos opor, neste momento, ao retorno presencial das atividades. Mas sim que devemos buscar a unificação com docentes e estudantes para lutarmos pelas condições adequadas para um retorno seguro, sempre atentos às eventuais mudanças do cenário pandêmico.
Importante destacar que na pandemia, especialmente nos seus momentos mais graves, consideramos que foi correta a adoção do ensino remoto para minimizar os impactos na formação dos estudantes, e ao mesmo tempo preservar vidas. Da mesma forma que ocorreu com o trabalho remoto (tema ainda em debate na nossa categoria). Mas entendemos que a Universidade não é à distância, e concordamos com estudantes e docentes na sua defesa de um retorno presencial das aulas, garantidas as condições sanitárias adequadas.
Não podemos deixar de destacar que, infelizmente, depois de dois anos de pandemia, não houve avanços na garantia plena de condições de segurança sanitária na maior parte das unidades. A Universidade tem muitos problemas ainda nas estruturas dos prédios, com salas de aula apertadas e com pouca ventilação. Sequer a garantia de EPIs adequados como as máscaras PFF2 temos de forma unitária em toda a universidade. Portanto, neste momento de retorno, será fundamental organizarmos, em cada unidade, uma luta conjunta com estudantes e docentes para garantirmos as condições sanitárias adequadas.
Além disso, certamente há locais e serviços que necessitarão de adequações na sua rotina de funcionamento. Como vimos agora no início do ano, como no Bandejão Central, por exemplo, exige um plano de funcionamento específico, já que é um foco de contágio. Mesmo nas unidades, vai ser necessário discutir a reabertura de certos espaços, como as bibliotecas, que via de regra são fechadas e com pouca ventilação natural.
Aprovamos ainda, na Assembleia, delegar ao CDB a tarefa de elaboração de reivindicações de casos específicos e excepcionais, como a situação de quem convive com idosos com comorbidades, mães e pais de filhos que ainda não puderam tomar vacina, entre outras situações.
Por fim, é importante também fazermos o balanço do que foram esses dois anos de pandemia na Universidade e a política do nosso sindicato. O Sintusp adotou como sua prioridade, desde o inicio da pandemia, a luta pela vida dos funcionários. Tivemos que fazer paralisação lá no início, quando a reitoria liberou docentes e estudantes, mas manteve os funcionários presencialmente por pelo menos mais três semanas. Após isso, no final de 2020, antes até mesmo da vacina, a reitoria tentou obrigar somente os funcionários a retornar presencialmente. Diante disso, fizemos uma importante Greve Sanitária, que obrigou o reitor Vahan a recuar dessa posição absurda. E agora, mais recentemente, tivemos a impressionante luta das funcionárias e funcionários do Restaurante Central, que conseguiu enfim dobrar a reitoria, bem como conseguimos garantir, durante o mês de fevereiro, que boa parte das unidades de ensino adotasse alguma forma de trabalho remoto ou híbrido, durante o pico da nova variante ômicron. Podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que a luta da nossa categoria e a postura intransigente do sindicato em defesa da vida dos funcionários foi responsável por evitar que mais mortes de trabalhadores da universidade acontecessem. Temos que tomar isso como exemplo e ficarmos atentos, pois caso tenhamos novos momentos de agravamento da situação, teremos que retomar essa luta em defesa da vida que marcou a atuação do nosso sindicato neste último período.