Comissão de diretores do Sintusp na entrada da reitoria aguardando a reunião com o Reitor

Ontem, quarta-feira (9/2), tivemos nossa primeira reunião com o novo reitor, o Professor Carlotti. Na pauta a situação da pandemia, com especial ênfase para os problemas enfrentados no Bandejão Central.

O reitor iniciou a reunião enfatizando que pretende fazer uma gestão baseada no diálogo constante com todos os segmentos da Universidade, incluindo aí as entidades representativas. Os representantes do sindicato destacaram a importância desse diálogo permanente, algo que não ocorreu nas últimas gestões reitorais.

Sobre a situação da pandemia, o reitor concordou que vivenciamos um momento que inspira preocupação, e fez questão de destacar as primeiras medidas que tomou sobre o tema, particularmente a possibilidade de afastamento de pessoas com sintomas gripais, mediante autodeclaração, sem a necessidade de atestado médico. Destacou, inclusive, que esse afastamento por autodeclaração não causa desconto no VR. Além disso, destacou que não pretende tomar decisões sozinho, e que vai ouvir a Comissão de especialistas designada por ele, além dos segmentos da Universidade.

Os representantes do sindicato concordaram que houve avanços nos primeiros comunicados da gestão sobre o tema, mas que eram ainda insuficientes. Destacamos que a Portaria reitoral, que deixou a critério dos dirigentes a decisão sobre a liberação ou não dos funcionários de serviços não essenciais, gerava uma desigualdade absurda, já que em algumas unidades a maior parte foi liberada, em outras ninguém foi liberado. Portanto cobramos uma orientação geral, deixando a cargo dos dirigentes a avaliação apenas das exceções.

Diante disso, o Reitor tentou argumentar que somente os dirigentes teriam condições de avaliar o que é essencial em cada unidade, e que não poderia baixar uma definição única. Nós concordamos que os dirigentes poderiam, em conjunto com os funcionários de cada unidade, discutir serviços que eventualmente tenham que ser mantidos presencialmente, ao todo ou em parte. Mas que isso seria a discussão de exceções, mas que a orientação geral da reitoria deveria ser mais direta, orientando pela liberação de todos os que realizam serviços não essenciais. Embora não tenhamos fechado uma resolução sobre a questão, o Reitor se comprometeu a nos próximos dias buscar uma uniformização na forma como os dirigentes de unidades vão tratar o tema.

Sobre as horas negativas, Reitor sinalizou que buscará uma solução!

Colocamos na reunião o problema das horas negativas relativas ao período de 2019-2020, portanto pré-pandemia, cujo prazo final para compensação é até o final de março desse ano.

Primeiro relembramos que temos uma reivindicação histórica de que horas de pontes e do recesso não sejam cobradas, afinal são dias em que a Universidade está fechada, e somente nós, funcionários, temos que compensar. Lembramos ainda que, no caso dessas horas pré-pandemia em particular, ainda temos um argumento adicional, que é a própria pandemia. Tentamos, à época da negociação do Acordo Coletivo, o perdão dessas horas, mas a gestão Vahan não autorizou. Nesse sentido, fazíamos um apelo para que essas horas fossem abonadas, já que a pandemia, mais uma vez, está em um novo pico.

O reitor não negou nossa reivindicação, mas disse que precisaria avaliar qual o tamanho do problema, isto é, qual o volume de funcionários que devem horas desse período. Solicitou ao chefe da Codage, que estava presente na reunião, um levantamento sobre esses dados, e prometeu o agendamento de uma reunião da Copert urgente, talvez ainda nesta semana, para tratarmos do tema.

Reitor demonstra preocupação com a situação do Bandejão e promete solução nos próximos dias!

Um ponto importante da reunião foi a discussão da situação do Bandejão Central, onde os funcionários estão paralisados há quase um mês, reivindicando a liberação das atividades neste momento da pandemia, frente ao surto de Covid que houve no setor e o agravamento da pandemia. Para atender os estudantes moradores do Crusp, apresentamos a solução de distribuição de marmitas, tal qual ocorreu nos outros momentos quando o restaurante estava fechado.

O Reitor começou dizendo que queria entender quais as razões para um número tão alto de contágios no restaurante. A diretora do sindicato e trabalhadora do bandejão, Solange, explicou que as atividades desenvolvidas não permitiam distanciamento. Além disso, as condições estruturais do local, com falta de ventilação, também tornam o ambiente potencialmente contagioso. E há, ainda, o fato de que os usuários precisam retirar as máscaras para fazerem a refeição, o que amplia a exposição dos funcionários, e mesmo dos alunos.

Destacamos ainda que a paralisação dos funcionários ocorreu, para além das questões sanitárias, pelo descaso e desrespeito das chefias, que chegaram a dizer que não tinham nada a ver com os funcionários estarem contaminados, pois a preocupação era com os clientes (isso mesmo, chamaram os alunos de clientes!). Diante disso, além da reivindicação de fechamento do restaurante, ao menos até o início das aulas, a retirada dessas chefias, que estão há anos desrespeitando os trabalhadores, também é uma demanda dos funcionários!

Sobre o tema das chefias do restaurante, o Reitor ouviu com atenção e chegou a dizer que isso poderia ser feito, mas não neste momento, pois estão chegando agora. Além disso, destacou que a SAS fará parte de uma nova pró-reitoria que será criada na gestão.

Sobre as reivindicações, comprometeu-se a avaliar a situação e a agendar uma reunião da Copert, com urgência, para tratarmos especificamente desse problema do Bandejão.

Destacamos também a nossa certeza de que não haveria qualquer punição para esses trabalhadores que estão em luta, ao que o Reitor sinalizou que não haverá punições.

Reitor garante que para serviços essenciais haverá testagem regular

Também destacamos a situação dos trabalhadores de serviços essenciais, que a princípio não foram contemplados com as flexibilizações nas normas para afastamento, pois não há a possibilidade da autodeclaração para estes.

Sobre isso, o reitor garantiu que haverá testagem regular, mas que não era possível garantir quando isso se iniciaria, pois necessitam fazer o levantamento do número de funcionários nessas atividades e a melhor forma de adquirir os testes.

Também colocamos que mesmo no HU e em outros locais de serviços essenciais, há funções que poderiam ser realizadas remotamente, diminuindo a exposição ao contágio. De acordo com o reitor, isso já está permitido, dando a entender que é algo que teria que ser discutido com as chefias e dirigentes desses setores.

Destacamos ainda a reivindicação de que esses funcionários de serviços essenciais não tenham desconto de VR, caso fiquem afastados, pois os outros funcionários que se afastarem pela autodeclaração não terão esse desconto. O reitor ficou de avaliar essa possibilidade!

Reitor diz que haverá contratação para HU, Escola de Aplicação e STI em um primeiro momento!!!

Nessa discussão sobre os serviços essenciais, quando colocamos sobre os problemas do HU com falta de funcionários, o Reitor comentou que em visita a uma unidade realizada nessa semana foi perguntado quantos funcionários seriam contratados para aquela unidade, ao que o reitor respondeu que haverá uma ordem de prioridades nas contratações. Segundo ele, de imediato haverá contratação para o HU, a Escola de Aplicação e para o STI, e que o restante seria num segundo momento. Enfatizou que há os trâmites burocráticos para isso, mas sinalizou que se iniciaria em breve.

Reitor diz que aumento do VA e VR está sendo providenciado, e sinaliza que agendará reunião com o Fórum das Seis para negociação salarial

Embora a reunião de hoje fosse emergencial para tratar da questão da pandemia, ao final reforçamos ao reitor (enquanto atual presidente do Cruesp) o pedido para agendamento em breve de reunião de negociação de nossa Campanha Salarial Unificada, com a reivindicação de 20% de reajuste em janeiro + valor fixo e um plano de recuperação das perdas anteriores, O reitor respondeu que estava ciente dessas questões, sinalizando que agendará uma reunião em breve sobre o tema. Solicitamos também uma reunião para tratarmos da pauta específica, especialmente o reajuste do VA/VR. Lembramos que na Unesp e na Unicamp os benefícios já foram reajustados. O reitor respondeu que o reajuste dos vales já está sendo providenciado, sem entrar em detalhes de valores ou de prazos.