A assembleia geral realizada ontem, 3/2, teve como ponto de pauta a avaliação do indicativo de Greve mediante a nova Portaria do reitor, que basicamente deixou a critério dos dirigentes a decisão sobre a suspensão ou não de atividades presenciais. Os presentes na assembleia, em sua maioria, concordaram com a avaliação feita pela Diretoria do sindicato de que essa Portaria do reitor foi um certo avanço, motivada pela nossa mobilização, mas que é insuficiente. Afinal, ao lavar as mãos e deixar a decisão para cada dirigente de unidade, a reitoria deixa de ter uma política unificada diante da situação, e joga os trabalhadores no jogo de sorte ou azar, dependendo da consciência de cada dirigente. Sabemos que há unidades onde os trabalhadores estão mais organizados, e/ou que o dirigente é mais humano e preocupado com a saúde dos trabalhadores. Mas também há unidades em que os dirigentes são mais carrascos ou até mesmo negacionistas.
Nesse sentido, reforçamos nossa reivindicação para que a reitoria da USP assuma sua responsabilidade diante da situação, e que delibere pela liberação do trabalho presencial de todos os trabalhadores que não estão em serviços essenciais, ao menos até o início das aulas, que por sua vez só deve ocorrer quando a situação sanitária permitir.
Como há uma reunião com o reitor agendada para a próxima quarta-feira, 9/2, os presentes na assembleia avaliaram que seria precipitado deflagrarmos de imediato a Greve Sanitária, e resolveram dar um voto de confiança na nova gestão e aguardar o resultado dessa negociação. Nesse sentido, foi aprovada a manutenção do Indicativo de Greve Sanitária, a ser avaliado na próxima assembleia.
Cercar de Solidariedade e Apoio a Luta das(os) Trabalhadoras(es) do Bandejão
Reforçamos na assembleia a importância de cercarmos de solidariedade a luta heroica das funcionárias e funcionários do Bandejão, que seguem paralisados há mais de 20 dias. Foi essa luta que trouxe à tona o descaso da universidade com a saúde e a vida dos trabalhadores, diante do aumento vertiginoso da contaminação pela Covid. Aprovamos levar à reunião com o reitor a exigência de que não ocorra nenhuma punição a essa luta!
Nesse sentido, fazemos um chamado para que todos aprovem em suas unidades moções de apoio a essa luta, bem como, na medida do possível, possam estar presencialmente em algum momento para prestar solidariedade. Já temos o apoio de mais 70 docentes da Universidade em um abaixo assinado (que divulgaremos no final desse boletim).
Redobrar a Luta pelo abono das horas negativas de 2019
Outro tema importante, que reforçamos na assembleia, foi a necessidade de levarmos com força nessa reunião com o reitor a exigência de que as horas negativas anteriores à pandemia sejam abonadas. Afinal, não faz sentido seguir cobrando horas negativas nesse contexto grave de crise sanitária em que vivemos nos últimos dois anos. Esse é um tema que acaba servindo de pressão para os trabalhadores, neste momento, que ficam diante do dilema entre lutarem pela preservação de sua saúde e vida ou aceitarem exporem-se para pagar essas horas no prazo. Chega de crueldade com os trabalhadores! Afinal, enquanto a gente tem que pagar horas pelos dias em que a Universidade não funciona, os docentes e estudantes podem gozar à vontade os dias de pontes e de recesso!
Lutar por condições de trabalho e testagem dos trabalhadores de serviços essenciais!!!
Importante destacar que o fato de alguns setores, especialmente da área de saúde, terem que permanecer em atividade presencial, não implica em que isso possa se dar sem condições adequadas. Por exemplo, as medidas apresentadas pela reitoria de facilitação para afastamento para quem apresenta sintomas gripais excluem os trabalhadores de serviços essenciais. Nesse caso, se não serve a autodeclaração, o mínimo que deve ser garantido é a testagem gratuita e regular para todos esses trabalhadores, bem como testagem imediata quando apresentem sintomas.
Além disso, reivindicamos que mesmo no HU e em outras unidades de saúde, aquelas funções que possam ser realizadas remotamente, possam ser colocadas em teletrabalho em conjunto com o restante da categoria.
Reforçamos na assembleia a exigência de que tenhamos contratações imediatas, via USP, para suprir a demanda do HU, CESEB e outros equipamentos de saúde da Universidade. Claro que reivindicamos contratações para todas as áreas, mas para os serviços de saúde, dada a gravidade do momento, isso deve ser prioritário.