Na manhã dessa segunda, conforme divulgamos no último boletim, uma comissão com alguns diretores do sindicato e membros do CDB fez uma vigília na porta da reitoria, exigindo ser recebida pelo reitor, ou ao menos termos uma reunião agendada.

O reitor não estava em função de compromissos externos, segundo informações que recebemos. Ainda assim, o Coordenador Executivo do Gabinete, Prof. Edmilson Dias de Freitas recebeu três membros da diretoria do sindicato. Após colocarmos nossa demanda, de realização de uma reunião emergencial com o reitor ainda nesta semana, preferencialmente antes de quinta-feira, que será a data de nossa próxima Assembleia, o coordenador do gabinete se comprometeu a conversar com o reitor ainda na segunda para agendar essa reunião. Até o momento que fechamos essa edição, não obtivemos a confirmação do agendamento.

Essa solicitação de uma reunião emergencial se justifica pela situação grave da pandemia neste momento. Estamos em uma nova onda da Covid, impulsionada pela variante Ômicron, que faz com que os índices de contaminação e de mortes tenham disparado. Em face disso, conforme estamos noticiando, as trabalhadoras e trabalhadores do bandejão paralisaram suas atividades, já que temos cerca de 20 casos de Covid na unidade.

Nossa Assembleia Geral já deliberou a reivindicação de que todas e todos os trabalhadores de serviços não essenciais sejam dispensados do trabalho presencial, ficando em teletrabalho ou em permanência em domicílio, conforme o caso. Não tem cabimento que somente nós, funcionários, sejamos obrigados a vir presencialmente, enquanto docentes e estudantes podem se proteger!

Queremos ver se a nova gestão seguirá a política discriminatória da gestão Vahan/Hernandes, que desde o início da pandemia decidiu que a saúde e a vida de funcionários valiam menos, e optou por nos expor enquanto preservava docentes e estudantes. Esperamos que a nova gestão tenha outra postura!

Além desse tema urgente, o desastre que foi a gestão Vahan/Hernandes, que não dialogava com o sindicato, faz com que tenhamos uma série de demandas pendentes a serem discutidas com a nova gestão. No ano passado, Vahan não marcou sequer uma reunião para discutirmos nossa pauta específica, na qual constam temas importantes como os reajustes dos Vale Alimentação e Refeição, contratação de funcionários, situação do HU, combate ao assédio moral, dentre outros. Temos questões importantes relacionadas ao Acordo Coletivo, especialmente a imoral cobrança de horas de pontes e recesso, enquanto docentes não precisam pagar essas horas. Portanto, é fundamental que após essa reunião emergencial para discutirmos a situação da pandemia, estabeleçamos uma agenda com a nova gestão para negociarmos esses e outros pontos de interesse da categoria.

Contaminação e mortes disparam em todo o país nessa nova onda da Covid

O surto de contaminação que vemos na USP não é uma questão apenas local. Em todo o país, os números de contaminação são alarmantes. Mesmo com a falta de testes, que atinge até mesmo a rede privada e as farmácias, os números oficiais de novos casos têm quebrado recordes diariamente. Considerando a subnotificação, a tendência é que a situação seja 10 vezes mais séria.

Ainda que o número de óbitos não tenha crescido na mesma proporção, já como resultado da vacinação, ainda assim também houve crescimento preocupante. No final de dezembro e início de janeiro, a média de mortes diárias estava na casa de 100, agora já voltamos a atingir o patamar de 500 mortes por dia. Somente em São Paulo, na última sexta, 28/1, foram registrados 285 óbitos.

Além das mortes, já assistimos um aumento da ocupação de leitos, que no estado de São Paulo já voltou ao patamar de 70%. Isso já tem impacto novamente no sistema de saúde, que também sofre com altos índices de contaminação dos próprios profissionais da área. Estamos, mais uma vez, diante de uma sobrecarga do sistema de saúde, o que acaba por gerar um efeito em cadeia, pois além das mortes causadas diretamente pelo vírus, temos as indiretas, pela dificuldade de atendimento de outras ocorrências mais corriqueiras. Essa situação dramática faz com que os profissionais de saúde comecem a mobilizarem-se, exigindo condições de trabalho, luta esta que tem nosso total apoio!

Diante desse cenário, infelizmente os governantes fecham os olhos. Até o momento as aulas da rede pública seguem previstas pra iniciarem no início de fevereiro, justamente quando tudo indica que teremos o pico dessa nova onda da pandemia. Pouco se fala em novas medidas de restrição. Entendemos que há um cansaço da população depois de dois anos de pandemia, mas não podemos naturalizar as mortes, e muito menos deixar o vírus circulando livremente, o que facilita o surgimento de novas cepas.

Esperamos que os gestores da principal universidade do país assumam a responsabilidade que possuem diante da situação e atendam nossa reivindicação de dispensa dos setores não essenciais das atividades presenciais, ao menos até que a dinâmica dessa nova onda seja mais nítida.