As trabalhadoras e os trabalhadores do bandejão central seguem dando exemplo de luta para toda USP, pois continuam a paralisação em defesa da vida. E não é só no bandejão que os vírus estão presentes: o sindicato recebeu inúmeros relatos de trabalhadores de diversas unidades apontando que o surto da variante Ômicron da covid-19 e da Influenza (H3N2) está avançando por toda a USP! Não nos causa surpresa essa situação, tendo em vista que a cada dia a variante bate recordes de casos pelo mundo, e no Brasil, aliada a Influenza, já começa a sobrecarregar novamente o sistema de saúde.

Com esse cenário, imediatamente o Sintusp entrou em contato com os órgãos responsáveis da USP e descobrimos que Vahan está fora do país e deixou barco à deriva! Enviamos e-mails, ofícios, tentamos contato com o reitor, vice-reitor, chefe de gabinete, com a comissão assessora da reitoria (que ninguém sabe quem é) e não fomos recebidos, ou sequer recebemos uma resposta sobre essa situação absurda. Enquanto os responsáveis por expor as nossas vidas ao risco estão tranquilos em suas casas ou viajando pelo mundo, nós continuamos expostos ao vírus nos locais de trabalho e no transporte público com cada vez mais pessoas infectadas.

Responsáveis pelo Restaurante Central acham que os funcionários têm “peito de aço”!!!

Enquanto os vírus se disseminam pelas unidades da universidade sem qualquer controle, os representantes da reitoria no bandejão permanecem intransigentes e desrespeitosos. Na sexta-feira, reuniram os trabalhadores e as trabalhadoras para dizer que eles não se encaixavam nos tópicos elaborados pela própria Reitoria sobre as “diretrizes aos dirigentes das unidades referentes a covid-19”.

Ora, se quem trabalha no restaurante não se encaixa nem no documento que os próprios dirigentes elaboraram para nos enrolar, qual é a percepção deles? A resposta foi dada dois dias antes, quando uma das chefes do restaurante ordenou a todos que voltassem ao trabalho, mesmo com suspeitas e casos confirmados do vírus, com o argumento de que ela não queria saber o que acontecia com os trabalhadores, queria saber apenas do número de refeições servidas aos seus “clientes”. Como se a universidade fosse uma empresa e os funcionários fossem robôs, que não estão sujeitos ao risco de infecção.

A resposta foi contundente: os trabalhadores que são bastante informados seguiram o bom senso e paralisaram o serviço em respeito a suas vidas, dos colegas, familiares e aos próprios estudantes, os quais são considerados como meros “clientes”.

Em defesa da saúde, a paralisaçãocontinua e contagia outras unidades!

A disposição de luta não diminuiu e a paralisação continua! O exemplo dado pelos trabalhadores do bandejão mostra a necessidade de uma Assembleia Geral dos funcionários para discutirmos a deflagração de mais uma Greve Sanitária. Desde o começo da pandemia, sofremos com o descaso e o sadismo dos dirigentes da universidade, que mesmo com dezenas de vítimas do vírus, nunca trataram a situação com a gravidade que deveriam.

Só a luta e a greve foram capazes de reduzir os danos e manter-nos em maior segurança com trabalho remoto, ou diminuindo a circulação para quem trabalha com serviços essenciais. Mais uma vez, a reitoria mostra sua negligência e precisamos decidir qual será nossa atitude perante a essa situação.