As primeiras atividades que estão sendo promovidas por algumas unidades com apresentação das duas chapas que disputam a “eleição” pra reitor já permitem antever que a política em curso de desvalorização dos funcionários seguirá.

Nos próximos dias, emitiremos uma carta aberta à comunidade com a posição do Sintusp diante dessa farsa de eleição, na qual pouquíssimas pessoas, na maioria docentes titulares, definem o futuro dos milhares que estudam e trabalham na Universidade. De imediato, podemos dizer que não reconhecemos esse processo fajuto, e orientaremos a categoria a boicotar a consulta que ocorrerá no dia 18 de novembro, e os nossos poucos representantes em congregações e conselhos centrais a anularem o voto.

De todo modo, é interessante percebermos como as duas chapas ignoram as principais questões relacionadas aos trabalhadores, como a necessidade de contratação para repor o quadro, já que perdemos cerca de 4 mil funcionários desde 2014. Também falam em termos genéricos sobre recompor perdas salariais, mas não dizem quanto vão repor, já que nossas perdas já ultrapassam os 40%. O que aparece nas entrelinhas, especialmente da chapa comandada pelo vice reitor, é que seguirá o processo de extinção de funções e de terceirização. Nenhuma das chapas fala sobre a democratização das instâncias de poder da universidade, sequer da própria eleição reitoral. Falam em diálogo abstratamente, sem apontar quais os mecanismos de participação ocorrerão. Sobre a política de repressão, intensificada com a presença ostensiva da PM nos campi, absoluto silêncio!

Nós do Sintusp acompanhamos a apresentação da chapa Hernandes/Maria Aparecida que ocorreu na manhã desta terça em atividade promovida pela Faculdade de Odontologia e transmitida online, e também a apresentação da chapa Carlotti/Arminda na tarde desta terça, em atividade promovida pela FEA de Ribeirão Preto. Queremos registrar nosso repúdio ao fato de que nossas perguntas, enviadas pelo chat das duas atividades, foram ignoradas/censuradas. No caso da atividade da Odonto, leram uma das perguntas apenas, das três que apresentamos. No caso da atividade da FEA/RP, sequer isso foi feito, nossas perguntas foram simplesmente ignoradas. O processo “eleitoral” já é uma farsa, e se a prática dos poucos espaços de discussão for essa, tanto pior.