REALIZAR REUNIÕES EM TODAS AS UNIDADES!
Todas(os) à Assembleia na 4ªfeira (2/4), 12h30, em formato híbrido (presencial na sede do sindicato)
É hora de debater a pauta de reivindicações e de construir a luta pela recuperação das perdas salariais, pelo fim da terceirização e da precarização do trabalho, entre outras coisas importantes. Saber o quanto de dinheiro deixamos de receber por conta dessas perdas ajuda a entender a necessidade de construir a campanha salarial e de lutar com muita força pela nossa pauta unificada.
SOBRE AS PERDAS:
Entre maio de 2012 e fevereiro de 2025, deixamos de receber um valor equivalente a 21,5 salários.
Os cálculos feitos pelo Fórum das Seis indicam que, em fevereiro de 2025, necessitávamos de um reajuste de 16,5% para recuperar o poder de compra perdido pelos nossos salários, frente à inflação acumulada desde maio de 2012 até fevereiro de 2025.
Isso significa, na prática, que todo trabalhador e toda trabalhadora da USP está deixando de receber todos os meses R$ 165,00 para cada mil reais de salário, conforme os exemplos na tabela abaixo:
Básico | Perda mensal | Técnico | Perda mensal | Superior | Perda Mensal |
B1 A | R$ 518,88 | T1 A | R$ 942,63 | S1 A | R$ 1.772,52 |
B2 A | R$ 705,93 | T2 A | R$ 1.190,05 | S2 A | R$ 2.051,91 |
B3 A | R$ 942,63 | T3 A | R$ 1.502,41 | S3 A | R$ 2.375,34 |
B4 A | R$ 1.190,05 | T4 A | R$ 1.772,52 | S4 A | R$ 2.749,76 |
B5 A | R$ 1.502,41 | T5 A | R$ 2.051,91 | S5 A | R$ 3.183,19 |
Obs.:Calculado a partir da tabela de salários da carreira. |
Como ficou demonstrado na tabela acima, com o arrocho salarial imposto pelo CRUESP a cada mês, a reitoria está retendo dos nossos salários valores que vão de R$ 518, 88 (Básico 1 A) até R$ 3.183,19 (Superior 1 A). Somando os valores perdidos mês a mês, veremos que, de maio de 2012 a fevereiro de 2025, cada um e cada uma de nós deixou nas mãos da reitoria o equivalente à soma de 21,5 salários, o que constitui uma pequena fortuna. Confira alguns exemplos na tabela abaixo:
Nível | Salário base x 21,5 | Total perdido |
B1 A | 3.144,77 x 21,5 | R$ 67.612,55 |
B5 A | 9.105,57 x 21,5 | R$ 195.769,75 |
T1 A | 5.712,95 x 21,5 | R$ 122.828,42 |
T5 A | 12.435,85 x 21,5 | R$ 267.370,77 |
S1 A | 10.742,56 x 21,5 | R$ 230.965,04 |
S5 A | 19.292,07 x 21,5 | R$ 414.793,05 |
Obs.:Calculado a partir da tabela de salários da carreira. |
Esses números demonstram a enorme proporção do confisco salarial que temos sofrido e explicam de onde a reitoria tirou os mais de SETE BILHÕES DE REAIS que a USP tem em caixa.
Prêmios x reajuste
Sabendo disso, a reitoria, ao mesmo tempo em que arrocha os salários e impõe a desvalorização do VA e do VR, tem buscado evitar o crescimento e generalização de qualquer mobilização com o pagamento de prêmios, que, sem dúvidas, são desejados e esperados com ansiedade, mas que não deveriam substituir a reposição das perdas salariais.
Basta uma conta simples para demonstrar quem ganha muito e quem perde muito nesse jogo de PRÊMIOS X REPOSIÇÃO DAS PERDAS SALARIAIS:
- Segundo a planilha do CRUESP, o valor acumulado da folha de pagamento da USP referente aos meses de janeiro e fevereiro é de R$ 1.147.492.314,00 (um bilhão, cento e quarenta e sete milhões, quatrocentos e noventa e dois mil, trezentos e quatorze reais).
- Segundo os cálculos do Fórum das Seis, o reajuste necessário para repor nossas perdas salariais desde maio de 2012 até fevereiro de 2025 é de 16,5%.
- Calculando esse percentual sobre a folha de pagamento de dois meses, teremos R$ 189.336.231,81.
- Se dividirmos esse valor por R$ 9.000,00 (valor do último prêmio), veremos que o montante economizado pela USP com apenas dois meses de arrocho dos nossos salários daria para pagar nove mil reais para 21.037 pessoas – e ainda sobraria dinheiro.
Portanto, qualquer prêmio será sempre bem-vindo, mas não podemos nos iludir. Nenhum prêmio pode substituir os reajustes salariais e a necessária reposição das perdas.
Progressão na carreira não substitui reajuste
Da mesma forma que não podemos aceitar a troca dos reajustes salariais por prêmios, também não podemos aceitar que a recuperação das perdas seja substituída pelas progressões na carreira, pois, de fato, as perdas incidem sobre todos os salários da tabela – desde o salário inicial até o salário do topo.
Por isso é fundamental nos mobilizarmos nas unidades para lutar contra o arrocho salarial junto à luta em defesa da educação e da universidade, contra a precarização e a terceirização, lutando para que os trabalhadores terceirizados da USP sejam efetivados sem precisar de concurso público, pois já cumprem suas funções na universidade, nos apoiando na importante conquista do BUSP para os terceirizados.
Precisamos fazer dezenas de reuniões nas unidades levando esse debate à toda a categoria e construir uma forte campanha salarial