No próximo dia 11 de setembro, acontecerá a eleição para a nova diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Os funcionários da FFLCH reunidos no último dia 27 de agosto, deliberaram a respeito do posicionamento dos seus representantes no colégio eleitoral.
Considerando que:
- O processo eleitoral de escolha da nova diretoria da FFLCH é extremamente antidemocrático. São 247 votantes, majoritariamente professores, excluindo a quase totalidade dos estudantes, dos mais de 12 mil estudantes de graduação e pós, apenas cerca de 20 votam. Os funcionários são 9 votos num universo de mais de 280 funcionários O colégio eleitoral é composto principalmente pelos chefes dos departamentos e das comissões e por professores titulares, ou seja, por aqueles que ocupam o topo da carreira acadêmica. A comunidade FFLCH só tem o direito de manifestar-se em uma consulta pela internet que não tem nenhum efeito institucional, e só serve para dar uma falsa aparência menos antidemocrática a esse processo. Esse processo, herdeiro da ditadura militar, reforça a estrutura de poder reacionária da universidade. Não é uma eleição e nenhuma das duas chapas inscritas denuncia a fundo esse aspecto e a exclusão quase total de trabalhadores e estudantes. Nem a “eleição”, nem as chapas que a concorrem, portanto, representam os anseios de nossa categoria.
- Entendemos, todavia, que há certas diferenças entre as chapas concorrentes. A candidatura da chapa “Diversidade e diálogo” é a candidatura vinculada diretamente ao projeto da reitoria e a continuidade da atual gestão da Faculdade. Representa, portanto, mais diretamente o projeto de universidade e os ataques aos trabalhadores em vigor. A chapa “Por uma FFLCH afirmativa”, embora não se nomeie como oposição, apresenta alguns contrapontos pontuais aos projetos da atual reitoria, especialmente em relação à terceirização, reposição do quadro funcional e o processo de avaliação e “carreira”
Portanto, orientamos nossos representantes no colégio eleitoral a se absterem desse processo. Independentemente de qual capa seja vencedora, devemos seguir mobilizados para garantir que nenhum direito nosso seja atacado e que as demandas mais imediatas da nossa categoria sejam atendidas. Exigimos, também:
I) O respeito à soberania das reuniões e assembleias dos funcionários da Faculdade e da USP, sobretudo acerca das nossas condições de trabalho.
II) O respeito ao direito de greve e oposição ativa da direção da FFLCH em relação a qualquer ameaça ao corte de ponto que surja pela reitoria.
III) A recomposição do quadro de terceirizadas da faculdade, ao seu maior número, com orçamento da faculdade, se necessário, e o combate à política de terceirização do trabalho pela administração central.
VI) E que seja feita a exigência constante à reitoria de recomposição do quadro de funcionários efetivos anterior ao PIDV de funcionários de todos os níveis, inclusive com abertura de concurso de funcionários efetivos do nível básico.