Publicamos na última sexta o edital de convocação do 8º Congresso Estatutário dos Funcionários da USP, que ocorreria no mês passado, mas que decidimos em CDB adiar para 2024, e ocorrerá nos dias 23, 24, 25 e 26 de abril do próximo ano.

O Congresso é a máxima instância de deliberação do nosso sindicato, no qual aprovamos as diretrizes mais gerais pra nossa entidade, bem como eventuais modificações no estatuto de funcionamento do sindicato.

Este congresso ocorrerá em um momento muito importante para nossa categoria e para o conjunto da classe trabalhadora. Temos uma série de desafios mais gerais para discutirmos e prepararmos a luta. Em São Paulo, o governo Tarcísio quer avançar ainda mais em seu projeto privatista. Já aprovou na calada da noite a privatização da Sabesp, e tem na mira o metrô e a CPTM. Além disso já prepara projetos de ataques aos serviços públicos e retirada de direitos. No caso das universidades, ainda teremos que enfrentar iniciativas de ataques à autonomia e ao financiamento, especialmente com a provável aprovação da reforma tributária.

Infelizmente, o governo federal de Lula/Alckmin também prepara ataques, particularmente aos funcionários públicos. Já falam em desenterrar a famigerada reforma administrativa, que pretende retirar direitos históricos do funcionalismo. Até o momento nenhuma das medidas aprovadas em governos anteriores, como a reforma da previdência e tributária foram revistas. E já está em fase avançada a discussão da reforma tributária. Embora, de fato, a estrutura tributária brasileira seja um horror, e penaliza os mais pobres (que pagam, proporcionalmente mais impostos), a reforma proposta não altera isso em nada, não mexe de fato nos interesses dos poderosos.

Já aqui na USP, o Congresso ocorrerá nas vésperas da nossa campanha salarial. De acordo com os cálculos do Fórum das Seis, para repor o poder de compra de nossos salários em relação a maio de 2012, seria necessário um reajuste de cerca de 14%. Temos uma defasagem de cerca de 5 mil funcionários, que é o número que perdemos desde 2013. Nossos benefícios ficaram congelados esse ano, e nossa carreira está parada desde 2013. Em contrapartida, a reitoria faz discurso de necessidade de corte de gastos, mesmo com um caixa bilionário de quase 7 bilhões!

Nesse quadro, é fundamental realizarmos, desde a retomada das atividades em 2024, o máximo possível de reuniões de unidade, construindo esse Congresso como parte da luta que teremos que travar em 2024, tanto em unidade com o conjunto da classe trabalhadora contra os ataques dos governos, quanto na nossa campanha salarial contra os ataques de Carlotti e dos reitores do Cruesp! Vamos pra cima em 2024!