Nesta terça, 28/11, ocorreu um segundo dia de Greve Geral no Estado de São Paulo, que se colocou contra as privatizações e os ataques do governo Tarcísio. Assim como no dia 3 de outubro, a Greve mostrou força, especialmente com a participação destacada dos trabalhadores do Metrô e da CPTM. Dessa vez, houve uma participação também de diversas outras categorias do funcionalismo público, em especial os profissionais da educação.

Tarcísio quer aprovar a privatização da Sabesp a toque de caixa, para posteriormente avançar também na privatização dos trens e metrô. O governador teve que reconhecer a força da Greve, mas declarou que seguirá com seus planos de favorecer seus amigos empresários, entregando a preço de banana serviços públicos essenciais.

Por outro lado, a força da Greve demonstra que há possibilidade de impor uma derrota ao governo. Para isso, é fundamental avançarmos na unidade das categorias em luta, buscando ampliar a unificação com o conjunto da classe trabalhadora. Não basta um dia de Greve, precisamos avançar em um plano de lutas que coloque Tarcísio contra a parede.

O fundamental deste 28/11 foi a força da Greve, especialmente nos setores de transporte. Mas além da paralisação em si, ocorreu um importante ato unificado durante o período da tarde em frente à Assembleia Legislativa.

O ato reuniu alguns milhares de pessoas, que mesmo com as dificuldades de deslocamento em face da greve dos trens e metrô, compareceram para protestar contra os ataques de Tarcísio.

Além do projeto de privatização da Sabesp, que o governo quer aprovar a toque de caixa, também há um projeto de reforma administrativa, que poderá atacar os direitos do funcionalismo público, e ainda um projeto absurdo que prevê a redução do repasse de verbas pra educação. Pela proposta do governo, o repasse deixaria de ser de 30% do orçamento para 25% do orçamento estadual, o que significa uma queda de cerca de 20% no montante de verbas para educação.

Participaram do ato trabalhadores de diversas categorias, como metroviários, trabalhadores da Sabesp e da CPTM, professores da rede estadual e municipal, funcionários do judiciário e trabalhadores, docentes e estudantes das universidades, como USP, Unesp e Unicamp.

Os dois dias realizados de Greve Geral no estado, tanto em 03 de outubro como agora no dia 28, demonstraram o potencial de luta de importantes categorias no estado, especialmente os metroviários, trabalhadores da CPTM e da Sabesp. Enquanto Tarcísio pretendia aprovar a privatização da Sabesp, bem como cortar verbas da educação na calada da noite, esses dias de mobilização obrigaram o governo a fazer a discussão pública sobre os seus projetos. A discussão sobre os males da privatização ganha cada vez mais as ruas, em especial depois das mazelas que vivemos com o descaso da ENEL, que deixou milhares de pessoas sem energia elétrica por vários dias.

Apesar da importância desses dias de luta, e do potencial que eles demonstraram, fica nítido pelas declarações do governador que ele vai seguir com seus projetos. Portanto, é fundamental aproveitarmos o saldo positivo dessas mobilizações pra irmos além!

Será na luta e na ação da classe trabalhadora, e não nos bastidores de uma assembleia legislativa majoritariamente governista, que vamos derrotar o governador. É o momento de seguirmos a mobilização. Nesse sentido, é fundamental que os sindicatos das categorias mais avançadas nessa luta, bem como as centrais sindicais construam, democraticamente, um plano de lutas, com assembleias e comitês unificados, para derrotarmos de vez Tarcísio. Esse plano de lutas precisa apontar para uma Greve Geral por tempo indeterminado, que não pare até Tarcísio recuar.