Os trabalhadores da Unicamp estão em greve desde o dia 28 de agosto contra a implementação do controle dos funcionários através do ponto eletrônico. Esse ataque da reitoria da Unicamp está a serviço de impor aos funcionários da universidade uma maior precarização do trabalho para mascarar o avanço da terceirização e da lógica privatista de universidade.

Aqui na USP nós sofremos com a implementação do registro de ponto eletrônico, pois a reitoria se valeu desse mecanismo para impor o banco de horas e, assim, não pagar as horas extras devidas aos funcionários. Além disso, passou a cobrar dos trabalhadores os dias de pontes e recessos de final de ano, que são dias onde a universidade não funciona, flexibilizando a jornada de trabalho que, na contramão das discussões gerais no mundo do trabalho e das conquistas dos trabalhadores, fez com que um trabalhador da USP agora tenha jornadas diárias de 9, 10 horas, em oposição à conquista histórica da jornada de 8 horas. Ao impor essas horas, a USP mascarou a falta de funcionários e o congelamento de contratações, levando os trabalhadores ao adoecimento físico e mental por causa da sobrecarga de trabalho e do assédio moral.

Sabemos bem que os reitores e os gestores da Universidades Públicas estão alinhados no projeto de privatização da universidade e de destruição dos serviços públicos ao governo Estadual de Tarcísio, que quer impor uma reforma administrativa para derrotar o funcionalismo e destruir os serviços públicos como saúde e educação. Até mesmo o acesso a água e saneamento básico está na mira desse governo, com sua sanha privatizadora.

Por isso, enviamos nossa solidariedade aos companheiros da Unicamp em luta, que, se vitoriosa, servirá como um importante ponto de apoio aos trabalhadores da USP contra todos os ataques.

Assembleia dos trabalhadores da USP, reunida em 14 de setembro de 2023