Os trabalhadores da USP, reunidos em assembleia no dia 30/05, se posicionam contra o PL490 do Marco Temporal e manifestam apoio integral às mobilizações dos povos indígenas.

Foi aprovado, na semana passada, o requerimento de urgência para votação do PL 490 sobre o Marco Temporal, que determina que apenas as terras ocupadas pelos indígenas até 1988 devem ser consideradas território indígena. Todos aqueles que foram expulsos de suas terras e depois as retomaram não terão direito à demarcação. Esta medida terá como consequências o aprofundamento do genocídio indígena e maior devastação ambiental. Tudo em função do lucro do agronegócio latifundiário e da mineração.

A votação do requerimento foi encabeçada por Arthur Lira e o líder do PT na Câmara de Deputados liberou a base do partido para votar a favor. O PSB de Alckmin e partidos do centrão que compõem os ministérios do governo Lula-Alckmin assim fizeram.

Este ataque está ao lado do novo teto de gastos, chamado Arcabouço Fiscal, da CPI contra o MST e comprova, mais uma vez, que a conciliação de Lula/PT com empresários, o agronegócio e a direita não podem derrotar a extrema direita, ao contrário, a fortalece. Na semana passada, o Ministério do Meio Ambiente foi esvaziado passando suas atribuições a outros que estão sob controle dos setores amigos do agronegócio e do extrativismo predatório, também mostrando que a ilusão de defender o meio ambiente e os povos originários por meio de um governo de conciliação de classes é impotente.

É com independência de classe e sem nenhuma ilusão no governo Lula-Alckmin que os trabalhadores do campo e da cidade, indígenas, mulheres, negros e a juventude vamos derrotar a direita e a extrema direita e barrar os ataques. É preciso unir as entidades sindicais e estudantis e movimentos populares em apoio às mobilizações dos indígenas e para barrar todos os ataques organizando uma forte mobilização nacional contra o PL 490, o Arcabouço Fiscal, o Novo Ensino Médio e pela revogação integral das reformas trabalhista e da previdência.