Ato na Unicamp pela Abertura de negociações: Hoje, 30/8, 11h

Nesta 3ª feira, 30/8, 11h ocorrerá o Ato Unificado do Fórum das Seis, na porta da reitoria da Unicamp, para cobrar do reitor Antônio José Meirelles (o Tom Zé, atual presidente do Cruesp) a abertura de negociação da campanha salarial de 2022.

Quando fizemos a negociação em março, ainda da data-base de 2021, ficou acertado que ocorreria em até 3 semanas a primeira reunião de um Grupo de Trabalho, que seria responsável por estudar a implementação do restante de nossas reivindicações, particularmente, a recuperação das perdas desde 2012 e a valorização dos salários iniciais. Até agora, quase 5 meses depois, não houve nem reunião do Grupo de Trabalho, nem negociação da data-base de 2022.

Quais nossas principais reivindicações?

A pauta de 2022 tem duas principais reivindicações do ponto de vista econômico. A primeira é a recuperação das perdas salariais desde 2012. De acordo com os cálculos do Fórum das Seis, mesmo com o reajuste que conquistamos em março, ainda seria necessário um novo reajuste de 21,54% em julho de 2022. Portanto todos os meses perdemos esse valor. O Fórum calculou que as perdas equivalem a 16,5 salários, que deixaram de ser pagos nesse período de 10 anos. É como se nesses 10 anos tivéssemos trabalhado 1 ano e 8 meses de graça! Para recuperarmos esse valor, o Fórum quer discutir um plano para repor essas perdas, incorporando já os novos índices inflacionários.

Outro ponto muito importante é a reivindicação de valorização dos iniciais das carreiras das categorias de docentes e funcionários das 3 universidades. Nesse ponto, há diferentes propostas desenhadas, uma delas é a que o Sintusp levou, que é a de um valor fixo de R$1.200,00 para todos.

O conjunto da pauta pode ser visto aqui: https://bit.ly/3l7fnH1

O que é isso de fixo? Se todos recebem, como valoriza quem ganha menos?

O que chamamos de fixo seria um valor único incorporado aos salários de todos os funcionários. Neste momento, estamos reivindicando R$1.200,00.

Muitos perguntam: Se todo mundo vai receber, como isso aí diminui as diferenças e valoriza os salários mais baixos?

É simples. O valor absoluto sendo o mesmo, quem vai receber proporcionalmente mais serão os funcionários com salários mais baixos. É algo como, se você tem um pacote com 10 bolachas, receber mais uma não faz tanta diferença. Mas se você só tem uma bolacha, receber mais uma faz você dobrar a quantidade. Então os R$1.200,00 para um funcionário do grupo básico, que está no inicial da carreira, representaria 44% de reajuste, enquanto para um funcionário do inicial do grupo superior representaria 12% de reajuste.

Com essa fórmula do fixo (ou valor único para todos), conseguimos valorizar os menores salários, ao mesmo tempo em que mantemos a unidade da categoria, pois todo mundo vai receber algo.

Cadê a democracia, Cruesp? É só para os outros?

O Cruesp foi convidado para o ato de leitura da carta da Faculdade de Direito em defesa do estado democrático de direito. O reitor Carlotti falou em nome dos reitores. Ao mesmo tempo, em cada uma das três universidades, os reitores e os conselhos se manifestam em defesa da democracia e contra as ameaças golpistas.

Chama a atenção que enquanto falam de falta de democracia, os reitores mantêm a vergonhosa postura de sequer realizar reuniões de negociação! Vergonha! Democracia é só para os outros então, Tom Zé, Carlotti e Pasqual? Exigimos negociação já!

A situação financeira das universidades permite atender a nossa pauta!!!

A situação financeira das universidades é uma das mais confortáveis dos últimos anos. Fruto de uma política permanente de arrocho salarial, suspensão de contratações e desmonte, as universidades fizeram caixa. Neste momento, o comprometimento da receita com folha de pagamento está abaixo dos 70%. Só a USP tem uma reserva prevista de 1 bilhão e meio até o final do ano, e tem ainda mais 2 bilhões que serão destinados para investimentos, dos quais 100 milhões irão para valorizar os jovens docentes.

Portanto, há total condição de atender nossas reivindicações: tanto de recuperação das perdas, quanto de parar o desmonte!