Com mais de 250 pessoas, Assembleia diz não ao desrespeito da reitoria e aprova paralisação no Centrinho na 3ª feira (13/9)

Nesta terça, dia 06, os funcionários do HRAC, mais conhecido como Centrinho de Bauru, fizeram história. Após a divulgação de um documento da superintendência do hospital que estabelece um prazo até o dia 14 de setembro para os funcionários assinarem ou não o termo de anuência concordando em prestar serviços pra fundação, houve uma mobilização em tempo recorde e na mesma tarde realizamos uma das maiores assembleias da história do Centrinho. Passaram pela assembleia, realizada de modo virtual, quase 300 pessoas!

Na reunião a indignação foi geral com o desrespeito da reitoria e da superintendência, que se negam a negociar com os trabalhadores os termos dessa transição e querem forçar que todos assinem o tal termo de anuência na base da pressão e a toque de caixa. Após várias falas indignadas, a assembleia aprovou por consenso rechaçar o documento orientando todas e todos os funcionários do HRAC a Não assinarem o termo!

Como proposta de luta, a assembleia também aprovou uma Paralisação a ser realizada na próxima terça, dia 13, para exigir a suspensão dos prazos e negociação com a superintendência e com a reitoria sobre o futuro dos trabalhadores do Centrinho! Basta de desrespeito com aquelas e aqueles que dedicam suas vidas ao atendimento de excelência à população!

Reitoria quer destruir o Centrinho para enriquecer fundação privada!

Toda essa pressão da reitoria está a serviço de destruir o Centrinho e ainda de quebra fornecer a mão de obra especializada que o HRAC possui para enriquecer a FAEPA, que é a fundação ligada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto que ganhou o chamamento público para gerir o HC de Bauru. Esse foi o desfecho de um processo iniciado em 2014, quando o então reitor Zago aprovou no Conselho Universitário a desvinculação do HRAC, no que contou com o apoio do então diretor da Faculdade de Mecina de Ribeirão, hoje reitor, o professor Carlotti.

Chama a atenção que foi justamente a Fundação ligada à FM de Ribeirão Preto, da unidade do atual reitor e do Zago, que agora vai receber milhões do Estado para gerir o HC de Bauru, ao qual o HRAC passará a estar subordinado. E ainda a fundação vai contar com os mais de 500 funcionários que hoje o Centrinho possui, que continuarão sendo funcionários vinculados à USP, porém que terão que se submeter aos mandos e desmandos da fundação. Uma negociata na qual sairá perdendo a população que depende dos serviços do Centrinho, e saem perdendo os funcionários, que terão que prestar serviços para uma fundação privada.

Reitoria “democrática” faz comissão de transição sem participação de funcionários

A gestão que fala pra fora da Universidade sobre democracia, internamente quer passar o trator para terminar de vez o serviço sujo de entrega do Centrinho. Foi anunciado pela reitoria que haveria uma comissão de transição para fechar os detalhes da passagem do Centrinho e dos funcionários para o HC de Bauru, mas até agora não há nenhuma representação dos próprios trabalhadores nessa Comissão. Na assembleia anterior, os funcionários aprovaram a reivindicação de que houvesse uma comissão paritária para discussão dos termos dessa transição, de modo a salvaguardar o máximo de garantias para os funcionários. Levamos essa reivindicação para a Copert, e até agora não houve respostas. Enquanto isso a superintendência, unilateralmente, tenta forçar a assinatura do tal termo de anuência. Não vamos aceitar!

Muitas perguntas ainda sem respostas

Na assembleia surgiram muitas dúvidas e inquietações dos trabalhadores do Centrinho com a nova situação. A principal questão é o que será feito com aqueles que se negarem a aceitar o termo de anuência. Também houve questionamentos sobre a possibilidade de aceitar o termo, mas poder voltar atrás depois. Outra dúvida foi sobre as possibilidades de transferência de unidade para os que se recusarem. De acordo com o chefe do DRH em reunião realizada com representantes do sindicato, os trâmites de transferência seriam os mesmos do Banco de Oportunidades. Ora, se for assim será absurdo, afinal trata-se de uma situação excepcional criada pela própria universidade, que deveria facilitar as possibilidades de transferência para os que quiserem.

A Luta do HRAC é de todos nós! Todo apoio à paralisação do dia 13!

Essa luta travada nesse momento pelos funcionários do HRAC é de todos nós. Afinal, o que está ocorrendo lá poderia ter ocorrido, por exemplo, no HU, caso a nossa luta não tivesse barrado a desvinculação que o mesmo Zago queria ter aprovado em 2014. E nenhuma função, de nenhuma unidade, está livre de processos semelhantes. No CSEB, por exemplo, já enfrentamos inúmeras dificuldades com a presença de fundações privadas que tentam impor sua lógica aos funcionários da USP, além de gerar diferentes tipos de contratações, precarizando as condições de trabalho. Algo semelhante já ocorre em várias unidades, fora o processo de terceirização, que avança em toda a USP. Nesse sentido, essa luta do HRAC precisa do apoio de todos os funcionários da USP!

Todo apoio à paralisação do HRAC no dia 13! Basta de desrespeito, queremos uma Comissão Paritária para discussão da Transição! Pela reversão da desvinculação, o HRAC é da USP!