Secretário recebe o Sintusp e confirma:

“O governo estadual não tem interesse e nem quer ficar com o HRAC”, “a permanência do Centrinho na USP depende apenas da vontade do reitor e dos integrantes do Conselho Universitário da USP”.

O Secretário do Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Dr.Rubens Cury, recebeu o sindicato em audiência realizada no dia 13/04/22, para tratar do tema da desvinculação do HRAC e da crescente campanha pela permanência do hospital na USP.

O sindicato começou expondo a importância e o significado do Centrinho, tanto nas áreas de ensino pesquisa e extensão, quanto na vida das famílias dos mais de 120 mil pacientes já reabilitados ou em processo de reabilitação, assim como a fonte de esperança que o hospital poderá ser para outras centenas de milhares de famílias e pacientes que venham a depender dele. E, a partir daí, o SINTUSP expôs o enorme receio de que tudo isso possa se perder no caso do Centrinho vir a ser entregue para a gestão de OSs.

O secretário respondeu curto e grosso: “o governo já disse e volta a repetir que não tem interesse e nem quer ficar com o Centrinho”, tudo que o governo quer da USP é o Prédio novo, para a instalação do Hospital das Clínicas de Bauru. O problema é que os dirigentes da USP só entregam o prédio se o estado receber o Centrinho junto no mesmo pacote”. Também disse: “Não falem mal do governo, falem mal do reitor. Convençam o reitor e o Centrinho permanecerá na USP”.

Além disso, o sindicato descreveu as relações promiscuas entre integrantes do Conselho Universitário e as OSs que estão disputando o Centrinho, como foi Zago e o próprio reitor, associados à Fundação Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e ambos foram presidentes do conselho curador, ou os professores da Faculdade de Medicina da capital ligados à Fundação Faculdade de Medicina que também está no páreo, além do próprio ex-superintendente do HRAC, que estava integrado ao Conselho Administrativo da FAMESP, e que depois de denunciado publicamente pelo sindicato, pediu sua demissão, reconhecendo que realmente sua permanência neste Conselho tinha conflito de interesses.

De início, o secretário demonstrou certo espanto, mas terminou dizendo que não era assunto da alçada dele.

Por fim, ante a insistência do sindicato em reivindicar que o estado não aceite receber o Centrinho, o secretário voltou a falar dessa chantagem da USP em só ceder o prédio novo para o HC, se o Centrinho estiver no mesmo pacote, e disse que iria falar com o Secretario Executivo da Saúde a respeito da confusão que essa posição do reitor da USP estava causando.

Como era de se esperar, o secretário tratou de tentar lavar a cara do governo, tirando proveito, da posição chantagista dos representantes das OSs instalados nos postos de mando da USP.

Mas, de fato, os governos Alckmin e Doria do PSDB são tão responsáveis quanto a burocracia acadêmica da USP pela situação em que se encontra o Centrinho. Primeiro porque a política do PSDB de redução de verbas da educação e das universidades está no centro da falácia empregada pela burocracia da USP, para tentar justificar sua própria política de desmonte da universidade. Exemplo disso, foi a criação de novos campi e novos cursos que, assim como na incorporação da antiga FAENQUIL, deram-se sem a contrapartida orçamentária necessária por parte desses governos.

Além disso, o governo teria todas as condições, políticas e orçamentarias para construir quantos prédios se façam necessários para o HC de Bauru ser instalado, sem depender de nada da USP ou do Centrinho. Portanto, governo, reitoria e sócios das OSs, da burocracia acadêmica, estão juntos na tentativa de destruir o Centrinho e tudo que ele significa para o povo, principalmente para o povo pobre.

CAMPANHA EM DEFESA DO CENTRINHO

O governo já se sente pressionado, pela defesa em nível nacional e internacional do HRAC. É necessário continuarmos pressionando governo, reitor e conselheiros do Conselho Universitário. Enviem a Carta aberta ao reitor da USP e ao Conselho Universitário para os e-mails gr@usp.br e grcg@usp.br