Diante do debate aberto sobre saúde mental na USP depois da triste e recente perda de três estudantes da FFLCH, um deles morador do CRUSP, os três setores do Instituto de Psicologia (trabalhadores/as técnico-administrativos/as, estudantes e docentes) organizaram uma grande assembleia conjunta na última sexta-feira, dia 4 de junho, para discutir o tema. Nessa assembleia, foi deliberada a suspensão das atividades das três categorias do Instituto de Psicologia entre os dias 9 e 11 de junho para reivindicar uma política séria de saúde mental por parte da Reitoria e a melhoria das condições de vida dos/as moradores/as do CRUSP. Durante os três dias, serão realizadas uma série de atividades relacionadas à pauta do movimento, tais como discussões sobre a história e a situação do CRUSP, rodas de conversa sobre o sofrimento na vida universitária e debates sobre o sucateamento dos serviços de atenção à saúde mental na USP.
Esse posicionamento do Instituto de Psicologia é de extrema importância, ainda mais tendo sido construído conjuntamente pelas três categorias. É evidente como, em muitos aspectos, a universidade se tornou um local de sofrimento para muitas pessoas que fazem parte dela. A falta de investimento em permanência estudantil, o autoritarismo na tomada de decisões pela Reitoria sem qualquer participação da comunidade universitária, a degradação das condições de trabalho com o congelamento das contratações por quase uma década e a completa desvalorização do nosso trabalho em meio a um contexto pandêmico no qual as exigências sobre nós só aumentaram são apenas alguns dos elementos que ajudam a explicar esse quadro.
Além disso, a falta de investimentos e o congelamento das contratações desmontaram todos os equipamentos de saúde mental da universidade, como o Hospital Universitário, o Centro Saúde Escola Butantã e o Centro Escola do Instituto de Psicologia. Quando confrontada com os efeitos de suas decisões irresponsáveis, a Reitoria se limita adotar políticas insuficientes, sem qualquer estrutura e sem nenhum diálogo com outros setores, cuja principal função é permitir que a burocracia universitária lave as mãos frente à situação que se instalou na universidade a partir da política de terra arrasada adotada nos últimos anos. É o caso do Escritório de Saúde Mental, alvo de muitas críticas na assembleia que ocorreu no Instituto de Psicologia.
Todo apoio à luta dos companheiros e companheiras do Instituto de Psicologia!