Repudiamos as ofensas racistas e antioperárias promovidas pelo MBL contra o companheiro Luiz Carlos Prates, o Mancha

No dia 30 de Junho, dia em que os trabalhadores de várias cidades do país paralisaram suas atividades e protestaram contra a Reforma Trabalhista, integrantes do MBL, organização de direita que esteve à frente do impeachment postaram no facebook com uma montagem que usava a foto de Luiz Carlos Prates (Mancha), integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José do Campos, fazendo referência a um produto de limpeza e seguida da frase “Dica para não entrar em greve em SJC”.

Esta montagem apenas escancara o profundo racismo do MBL e seu ódio profundo a luta da classe trabalhadora que paralisou suas atividades no dia 30 de junho contra as reformas de Temer que o MBL tanto apoia. Em um país como o Brasil, o maior pais negro fora da África, onde os negros foram barbaramente escravizados, torturados com os castigos mais desumanos e humilhados sistematicamente por uma ideologia que trata os negros como inferiores aos brancos, pelo simples fato de associarem a imagem do negro as piores características físicas, morais e culturais, a montagem revela um conteúdo profundamente racista e antioperário ao associar a imagem dos negros e da luta dos trabalhadores a algo sujo que deve ser “limpo”, eliminado curiosamente por um produto de limpeza alvejante. Esta imagem se dá num contexto em que o governo Temer ataca brutalmente os trabalhadores com a reforma trabalhista e a preparação da reforma da previdência que pesarão de forma ainda mais brutal sobre os ombros dos negros e do povo pobre. Se insere ainda em um momento em que representantes da direita como João Dória vem implementando um projeto higienista e de limpeza social na Cracolância dirigido contra os pobres e os negros e em meio a recorrentes assassinatos promovidos pela polícia que assassina a juventude pobre e negra e reprime as lutas operárias em nosso país. Essas são mostras de que o racismo serve apenas para dividir as fileiras da nossa classe, servindo aos interesses da classe dominante que oferece aos negros apenas mais opressão e humilhação. Repudiamos as ofensas racistas e antioperárias promovidas pelo MBL contra o companheiro Luiz Carlos Prates (Mancha) e seguiremos combatendo o racismo e todos os ataques da direita à organização sindical e política dos trabalhadores.

Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo, do Sintusp

Diretoria Colegiada Plena do Sindicato dos Trabalhadores da USP