Nos últimos dias temos visto cresceram casos absurdos de violência de gênero e feminicídios pelo país onde em média são 4 mulheres são assassinadas por dia. No estado de São Paulo, governado pelo reacionário Tarcísio de Freitas (Republicanos) foram registradas 207 mortes por feminicídio entre janeiro e outubro de 2025, um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2024. Na capital paulista, 53 casos ocorreram até outubro, o maior número desde o início da série histórica em 2015.

Nos primeiros sete meses de 2025 o Brasil contabilizou 86 mil denúncias de agressões contra mulheres, uma média de 17 denúncias por hora, com São Paulo liderando com cerca de 19 mil registros. Isso considerando só as denúncias recebidas. A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher apontou 3,7 milhões de brasileiras vítimas de violência doméstica ou familiar em 2025, com a maioria das agressões ocorrendo na presença de outras pessoas, principalmente crianças. Há uma enorme subnotificação de casos de violência física, patrimonial e psicológica até que a denúncia seja formalizada.

Contra mulheres trans e travestis, o cenário é igualmente crítico. Em 2024 o Brasil teve 122 assassinatos de pessoas trans, a maior parte mulheres trans e travestis, mantendo-se o líder mundial em transfeminicídios e travesticídios.

É revoltante a violência brutal contra mulheres, travestis, mulheres trans e a comunidade LGBT. A extrema-direita, representada pelo bolsonarismo, e governos como o de Tarcísio comandam ataques violentos à vida das mulheres. Cortes drásticos de verbas nas políticas de proteção, perseguição implacável a mulheres e crianças que recorrem ao aborto, e o desmonte de serviços essenciais demonstram a crueldade desses governos que promovem o machismo e misoginia institucionalizado e o negacionismo da violência de gênero.

No estado de São Paulo, o governo Tarcísio cortou mais de 54% dos recursos destinados políticas públicas de proteção às mulheres, além de ter nomeado para a Secretaria da Mulher nada menos que Valéria Bolsonaro do PL, antifeminista que reforça os padrões patriarcais de submissão das mulheres, enquanto a violência cresce assustadoramente no Estado. Este cenário permite casos chocantes como o atropelamento e arrastamento de uma mulher por mais de 1 km pelo ex-companheiro, que sofreu amputações graves e segue internada, o assassinato da jovem Vitória em Cajamar, vítima de feminicídio com sinais de tortura, e a violência extrema do influencer “Calvo do Campari”, porta-voz da extrema-direita, contra sua ex-namorada.​​

Esse quadro não é isolado. O governo Lula-Alckmin, apesar de retórica progressista, realiza alianças com setores reacionários da chamada “frente ampla”, rifando os direitos das mulheres e das LGBTs. Além de ser insuficiente o orçamento anunciado para políticas de públicas de proteção às mulheres, na prática uma pequena porcentagem do anunciado é de fato investido. Além disso, o Arcabouço Fiscal e os acordões com o centrão e a extrema direta resultaram no corte de verbas para áreas sociais, afetando o já escasso investimento na proteção das mulheres. Além disso, os ataques aos investimentos em saúde e educação, afetam em primeiro lugar os mais oprimidos, as mulheres negras, que são hoje a maioria entre os mais pobres.

A relação entre capitalismo e patriarcado está no uso da divisão sexual do trabalho e da opressão das mulheres para aumentar a exploração e o lucro. A violência machista serve para manter a submissão e a precarização das vidas das mulheres, travestis e trans, que são dupla e até triplamente exploradas. Os feminicídios e agressões são a face mais cruel desse sistema que lucra com a opressão.

As resoluções aprovadas no VIII Congresso de Funcionárias e Funcionários da USP, promovido pelo Sintusp, reafirmam a urgência de avançar na luta pela defesa das vidas das mulheres e a construção de unidade da classe trabalhadora contra o machismo e o capitalismo. É preciso que nos locais de trabalho se debata amplamente a violência de gênero, combatendo todas as expressões de machismo no seio da nossa classe, buscando unificar trabalhadores e trabalhadoras, homens, mulheres e LGBTs na luta intransigente contra a opressão. Basta de mulheres e LGBTs mortas pelo machismo e pelo capitalismo! O Estado é responsável!

Convocamos todas, todos e todes para o ATO no dia 7/12, às 14h no MASP CONTRA O FEMINICÍDIO E A VIOLÊNCIA PATRIARCAL! É PELA VIDA DAS MULHERES!