Nesta QUINTA-FEIRA, dia 14 de agosto, às 17h, o SINTUSP promove uma importante palestra na sede do sindicato sobre a Luta LGBTQIAP+ e a defesa das cotas trans na USP, reafirmando o compromisso do nosso sindicato com a luta contra todas as opressões e pela emancipação de todos, todas e todes trabalhadores.

Com a presença de Guilherme Terreri , a Rita Von Hunty do canal Tempero Drag, queremos resgatar os debates em torno da luta pela emancipação das LGBTs aliada à classe trabalhadora.

Exemplos dessa aliança não faltam na história.

A rebelião de Stonewall, em 1969, impulsionou não só a luta pelos direitos das LGBTs nos EUA, mas também inspirou alianças importantes com setores da classe trabalhadora.

Após Stonewall, o surgimento da Gay Liberation Front (GLF) marcou uma virada. O GLF não lutava apenas por direitos civis LGBT: se aliou a sindicatos, apoiou greves, fez campanhas ao lado de trabalhadores negros e de organizações pelo poder popular, defendendo a unidade entre oprimidos na luta contra a opressão e exploração.

Nos anos 1970, ativistas LGBT apoiaram greves de trabalhadores, como a greve dos trabalhadores do transporte público em Nova York e dos trabalhadores do jornal Village Voice.

Inspirados em Stonewall, vários sindicatos se engajaram a partir dos anos 1980 por direitos de pessoas LGBTs nos locais de trabalho, pressionando por políticas de não discriminação e pela inclusão de benefícios para casais do mesmo sexo.

Durante a greve dos mineiros ingleses em 1984, surgiu o grupo Lesbians and Gays Support the Miners (LGSM), uma aliança histórica entre trabalhadores e a comunidade LGBT. O grupo foi criado justamente porque ambos os setores eram alvos do governo Thatcher: os mineiros, por lutarem por seus empregos e direitos; as pessoas LGBT, pela repressão, criminalização e marginalização constante.

Como parte das iniciativas de apoio à greve o LGSM iniciou arrecadações no London Pride de 1984, coletando dinheiro em baldes, organizando festas, bingos, rifas e eventos beneficentes, que reuniu milhares de pessoas e arrecadou fundos cruciais para as famílias dos mineiros em greve.

Essa aliança mostrou que a união entre diferentes setores oprimidos fortalece a luta de toda a classe trabalhadora, superando preconceitos e criando laços que vão além do momento da greve. Como disse um sindicalista à época: “Agora que nossa luta acabou, é hora de apoiar aqueles que nos apoiaram, porque a sua luta continua, ninguém nos apoiou de forma tão sólida como as lésbicas e os gays.”A luta por cotas trans na universidade é parte dessas batalhas da nossa classe contra a normatização e controle do estado capitalista sobre nossos corpos e mentes.

Por isso, com muito orgulho que trazemos mais uma vez esse debate para dentro do nosso sindicato, resgatando nossa tradição de luta

Participe, compartilhe e fortaleça essa luta!