
No dia 02 de agosto, dia do Genocost, nos unimos à luta internacional em memória das milhões de vítimas do genocídio na República Democrática do Congo (RDC). Por trás das tecnologias que movem o mundo — celulares, carros elétricos — existe uma história de sangue, pilhagem e exploração colonial e resistência dos trabalhadores.
No fim do século XIX, o Congo foi palco de uma das maiores barbáries humanas: só durante o regime colonial do rei belga Leopoldo II (1885-1908), estima-se que pelo menos 10 milhões de congoleses foram assassinados ou mutilados. Metade da população foi exterminada em nome da ganância capitalista por borracha, marfim e metais preciosos, com o racismo legitimando o saque e o sofrimento africano.
Mesmo após a independência em 1960, o Congo segue submetido à espoliação imperialista: potências mundiais e empresas multinacionais disputam o controle das riquezas minerais, essenciais para as indústrias globais, enquanto a população enfrenta trabalho forçado, fome, deslocamentos, estupros e a violência das guerras permanentes.
Este ciclo de violência não é passado, é presente e sustentado por uma rede internacional. O Estado brasileiro, ao dificultar o acolhimento de refugiados congoleses e ao atuar militarmente na repressão, como demonstrou o exército brasileiro em missões oficiais, integra essa engrenagem de opressão. Da mesma forma, a aliança do governo congolês com regimes como Israel, fornecedor de tecnologia de guerra e repressão usada contra o povo palestino, evidencia como a lógica da exploração e massacre conecta o Congo à Palestina, ambos alvos da sanha capitalista, racista e militarista, que transforma vidas em mercadorias ou “danos colaterais”.
O nome Genocost, “genocídio por lucro”, denuncia um sistema global que não hesita em destruir povos para garantir riqueza a poucos.
Mas também lembramos a coragem e a resistência dos trabalhadores congoleses, que desde o período colonial lutam para retomar suas riquezas e seus destinos. Este é um chamado à solidariedade internacional, do Congo à Palestina, dos explorados de todo o mundo para romper o silêncio, denunciar o genocídio e exigir justiça.