Há bastante tempo temos exigido da reitoria o pagamento das horas extras dos motoristas que, por fazerem viagens longas, de final de semana inclusive, acumulam dezenas de horas no banco. Argumentamos que a natureza do trabalho bem como a ausência de reposição do quadro de funcionários faz com que os trabalhadores fiquem por dias em viagens e acumulem muitas horas. A solução que a reitoria propõe para esses companheiros são folgas de semanas e até meses, como o caso mais recente que recebemos de um funcionário que, por ter acumulado 400 horas, tudo autorizado e comprovado pelo sistema e com o aval da chefia, foi solicitado tirar folga de 3 meses em casa. ´

Isso é um completo absurdo! Além de sobrecarregar os demais funcionários que terão que continuar trabalhando, ou fechar a seção e contratar uma empresa terceirizada (mais cara), para o trabalhador individualmente é uma afronta. Imagine que a pessoa tem uma rotina estabelecida, com o trabalho sendo parte dela e por 3 meses, ela não poderá cumprir seu trabalho, numa folga eterna e sem sentido. Isso pq a qualquer momento pode ser solicitado pela chefia o seu retorno, afinal, ele não está de férias. O discurso do DRH que para justificar o não pagamento de horas extras é “para a proteção e segurança” do trabalhador. Isso é uma falácia sem tamanho. Se houvesse mesmo a preocupação com a saúde do trabalhador o quadro de funcionários seria ampliado, os exames periódicos seriam regulares. Mas nada disso está acontecendo! O que a USP faz é punir duplamente os motoristas com jornadas extensas e sem a remuneração legítima.