
O direito de ser assistido por um representante sindical em reuniões ou situações onde seus interesses estejam em jogo é um direito constitucional de todos os trabalhadores dentro e fora da USP. No entanto, a direção do Centro de Preservação Cultural Casa de Dona Yaya, nas figuras da diretora e de sua vice parecem ignorar tal direito.
Hoje, dia 27 de fevereiro, uma diretora do sindicato foi impedida pela direção do CPC de acompanhar um funcionário em uma reunião de conciliação e a reunião foi cancelada.
O funcionário em questão havia apresentado uma queixa contra atitudes que considerou de cunho preconceituoso contra pessoas de ascendência asiática. A partir dessa queixa, uma comissão preliminar indicou uma reunião de conciliação marcada com pouquíssima antecedência. Legitimamente preocupado em como a questão seria tratada, dada a seriedade da queixa, o funcionário, munido do seu direito constitucional à representação sindical, solicitou que fosse acompanhado pela diretora do Sintusp, Patricia Galvão.
Porém, foram surpreendidos pela recusa contundente da participação do sindicato para apenas acompanhar a reunião e assegurar os direitos do funcionário e pelo cancelamento da reunião sem nenhuma consulta nem diálogo, claramente incomodadas com a possível transparência que a presença da diretora do Sintusp conferiria à conversa. Além de mal informadas, alegando não saberem se a presença seria permitida pela Procuradoria Geral. Essa postura nos causa enorme desconfiança sobre as reais intenções dessa “conciliação”, pois há de se questionar que tipo de conciliação a USP planeja ao recusar que um trabalhador seja assistido pelo seu legítimo representante sindical. A direção da CPC tem medo do quê?
Afinal, a USP da diversidade e da inclusão não deveria ser a primeira a buscar difundir o princípio do respeito à diversidade étnica do povo brasileiro? É gravíssimo que a universidade trate com tamanho desdém uma queixa séria que visa educar a comunidade acerca da diversidade e tolerância contra qualquer tipo de preconceito e discriminação.
O Sintusp mantém sua preocupação com o tipo de postura que dirigentes de unidades têm adotado a respeito do direito constitucional de sindicalização e assistência sindical. O estatuto da USP, herdeiro da ditadura militar, contém ali a proibição ao direito de sindicalização, depois de mais de 35 anos da Constituição de 88. A USP e seus dirigentes vão seguir à risca o regimento atrasado e passar a proibir diretores do sindicato de exercer suas prerrogativas?
Não vamos permitir esse tipo de postura antissindical e persecutória. Basta de autoritarismo na USP!