No dia 25/1, aconteceu na sede da CSP-Conlutas uma plenária contra a escala 6X1 que reuniu mais de mil pessoas de todo o país. A escala 6X1, como ficou conhecida, compreende a jornada de 44 horas semanais, com seis dias de trabalho e um dia de descanso, e tem sido amplamente rechaçada no país, justamente por exemplificar as condições precárias de trabalho da nossa classe, a superexploração e o adoecimento físico e mental. O projeto de emenda constitucional apresentado no congresso propõe o fim dessa escala que só favorece aos lucros dos patrões, enquanto a vida dos trabalhadores é cada dia mais precarizada. Para impor a redução da jornada de trabalho, uma luta histórica da classe trabalhadora, sem a redução do salário, a revogação da reforma trabalhistas e todos os ataques é preciso construir uma forte unidade entre todos os trabalhadores. Essa é a tarefa colocada também para a nossa categoria.
Escala 6×1 e Banco de Horas, tudo a ver!
Na USP a ampla maioria dos funcionários efetivos cumprem a jornada de trabalho de 40 horas, 5 vezes por semana. No entanto, com o banco de horas e a compensação dos dias de ponte de feriado e recesso, dias que a universidade está FECHADA, vale lembrar, a compensação de horas atinge absurdas 92 horas. Isso dá quase 45 minutos diários de compensação de horas. Uma jornada de 43 e 45 minutos semanais. Ou seja, embora nós efetivos não estejamos formalmente na escala 6X1, nossa jornada já foi flexibilizada pela universidade. Um completo absurdo!
Trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da USP: segregação e precarização
Já as trabalhadoras terceirizadas da USP cumprem a escala 6X1 e estão nos postos de trabalho mais precarizados. No ano passado denunciamos a situação das terceirizadas do HU e Hospital veterinário que tiveram o pagamento do 13º e benefícios atrasados, algo já corriqueiro na realidade dessas trabalhadoras. A enorme vulnerabilidade, a ausência de EPIs adequados e de boa qualidade, materiais de trabalho eficientes, somados à sobrecarga de trabalho e aos assédios são a cara da USP do atraso, onde negras e negros ganham os menores salários e tem as piores condições de vida e de trabalho.
Nosso sindicato tem impulsionado junto a juristas, intelectuais e movimentos sociais e sindicais do país todo o Manifesto contra Terceirização e Precarização do trabalho, denunciando os aspectos mais brutais da lei da terceirização e das reformas. Além disso, levamos a luta pelo direito ao BUSP para as terceirizadas como forma de mostrar a enorme segregação que há na USP, já que as terceirizadas sequer podem usar os circulares de forma gratuita como todos nós, efetivos, podemos.
Neste 8 de março, nossa luta também é pela redução da jornada sem redução de salários!
As mulheres trabalhadoras são as que mais sofrem com a escala 6X1 e os ataques aos direitos trabalhistas. Mesmo com a lei da igualdade salarial, nada mudou e as mulheres continua recebendo os menores salários. As mulheres negras chegam a receber cerca de 60% menos que um homem branco e são maioria nos trabalhos mais precarizados. Além disso, a dupla jornada, que é de segunda a segunda, exaure as forças das mulheres, esgotando-as física e mentalmente. A luta pela redução da jornada é uma luta que devemos levar neste 8 de março, junto a luta contra todos os ataques à nossa classe.
Lutar pela redução da jornada, a revogação da reforma trabalhista e de todas as reformas e contra os ajustes do governo federal!
Para que a vida dos trabalhadores, o direito ao descanso e ao lazer possam valer, precisamos lutar pela redução da jornada de trabalho, sem a redução dos salários. Trabalhar menos para que todos trabalhem. Devemos lutar pela revogação da reforma trabalhista que facilitou a precarização do trabalho criando as jornadas intermitentes e ampliando a implementação do banco de horas, tornando mais vulneráveis os direitos já que o “acordado passa a valer mais que o legislado”, fazendo com que empresas flexibilizem jornadas e retirem direitos.
Nossa luta deve ser pela revogação de todas as
reformas herdeiras dos governos Temer e Bolsonaro e que o governo Lula se recusa a revogar. Contra o arcabouço fiscal que corta da saúde e educação e ataca os serviços públicos e os trabalhadores.
Vamos construir em cada local de trabalho uma forte mobilização contra a escala 6X1, pela redução da jornada de trabalho para 30h sem redução de salário!
Rumo ao dia nacional de luta contra a escala 6X1 dia 16 de fevereiro!
Assine o Manifesto contra a Terceirização e Precarização do trabalho: bit.ly/AssineContraPrecarizacao