Tomamos conhecimento da reportagem do veículo Intercept Brasil, publicada no dia 3 de dezembro de 2024, na qual são relatados dez casos de assédio e abuso sexual envolvendo o professor Alysson Mascaro, da Faculdade de Direito da USP. Os episódios ali narrados são revoltantes, e, se confirmados, são um exemplo do quanto o ambiente da universidade é conivente com esse tipo de comportamento.
A USP tem uma estrutura de poder profundamente antidemocrática, na qual os docentes ocupam a totalidade dos altos cargos e possuem uma representação largamente desproporcional frente às demais categorias. Isso fez com que fosse criado, historicamente, um ambiente de proteção daqueles que usam seus postos de poder para cometer violências e silenciar suas vítimas. Esse ciclo vem sendo quebrado nos últimos anos, por conta da mobilização de estudantes e trabalhadoras que têm se levantado contra esse contexto favorável a abusos e violências existente na universidade.
Diante disso, nós, trabalhadores e trabalhadoras da USP, manifestamos nossa solidariedade aos denunciantes. Nossa categoria, que sofre diariamente com abusos cometidos por docentes que ocupam postos de poder, se coloca ao lado dos estudantes para que as denúncias sejam apuradas de forma séria, sendo garantido o direito de defesa do acusado, e que as eventuais responsabilizações ocorram, algo imprescindível para que o ciclo de violências, tão naturalizado no ambiente universitário, seja quebrado.
Assembleia Geral de Associados do Sintusp -04/12/2024