Dia internacional de luta das mulheres

Um pouquinho de história: O 8 de março é uma data votada na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, proposto pela revolucionária Clara Zetkin, em 1910, para expressar a luta das mulheres sobre o voto feminino, a proteção social das mães e a luta das mulheres trabalhadoras.

No último ano, de acordo com os dados do IBGE o número de feminicídio foi de 1463, número recorde desde a aprovação da lei em 2015. No início do ano os casos brutais de Carol Campelo, mulher lésbica de 21 anos, que foi desfigurada no Maranhão e de Julieta Hernandez, violentada e queimada durante uma viagem de bicicleta no Amazonas, mostram como o feminicídio, último elo de uma longa cadeia de violências contra as mulheres, persiste fruto da união entre o milenar patriarcado e a exploração capitalista que transforma a opressão em lucro, explorando nosso trabalho, nosso corpo e a nossa luta. O governo do bolsonarista Tarcísio mostra que a extrema direita que odeia as mulheres está cada dia mais legitimada pelo governo de frente-ampla de Lula e Alckmin e segue vitimando mais e mais mulheres. Em São Paulo houve um crescimento de 13% de feminicídio em relação ao ano anterior. A conciliação de classes fortalece a extrema-direita que nos ataca.

As políticas bolsonaristas de corte de verbas para o combate à violência não foram revogadas e com o Arcabouço Fiscal os cortes são aprofundados, deixando as vítimas de violência cada vez mais vulneráveis. Por isso, neste 8 de março dizemos: Basta!Precisamos nos inspirar na força da luta das mulheres argentinas, que em 2018 arrancaram o direito ao aborto legal e agora, em 2024, frente ao governo do misógino Javier Milei, impuseram junto aos trabalhadores uma histórica derrota a extrema direita. Nossa luta é nas ruas e sem conciliação com a direita

Há um ano da aprovação da lei da igualdade salarial anunciada pela ministra das mulheres como a principal política do governo Lula-Alckmin, vimos que nada mudou em relação ao abismo salarial entre homens e mulheres, especialmente em relação às mulheres negras.

A terceirização e a uberização do trabalho atingem principalmente as mulheres negras e são responsáveis pela manutenção da desigualdade salarial.

A terceirização tem avançado na USP, fruto das políticas da reitoria e sua lógica privatista de precarização das condições de trabalho. Sabemos que sobre as trabalhadoras terceirizadas recaem mais assédio moral e sexual. Além disso, recebem os piores salários e maior sobrecarga de trabalho. O avanço da terceirização significa o avanço de maior vulnerabilidade das mulheres trabalhadoras.

A reitoria e a PRIP falam de inclusão e igualdade de gênero, mas aprofundam políticas nocivas às mulheres que servem para aumentar a desigualdade salarial e a violência machista. Por isso, levantamos com força a luta contra a terceirização e precarização do trabalho, pela efetivação de todas as trabalhadoras terceirizadas sem a necessidade de concurso, pois essas companheiras já demonstraram na prática a habilidade ao trabalho. Igual trabalho, igual direitos e igual salário.