Mais uma vez, os terceirizados são penalizados pela política de terceirização da USP!

Recebemos denúncias de que as empresas contratadas para o trabalho terceirizado das portarias dos prédios no campus de RP atrasaram o pagamento de salários e benefícios.

A Masterserv Serviços Avançados – Contrato 054/2022 já havia atrasado o pagamento dos salários de outubro, também não pagou a primeira parcela do 13⁰, o salário referente ao mês de novembro, assim como os tickets refeição.

Havia a promessa de pagamento para o dia 12, que não foi efetuada, e da mesma forma, após reunião com a chefe técnica da divisão administrativa e a vice-prefeita e prefeita, tendo como data final o pagamento dia 15/12. No dia 14 (5ª feira) a prefeitura foi notificada pela empresa que a partir daquela data encerraria a prestação de serviço.

A vice-prefeita, Eliana, que recebeu o comunicado, já deveria ter tomado as providências para o pagamento das trabalhadoras. Alegou que faria o pagamento mediante recebimento dos holerites para honrar o combinado.

A pergunta que fica é: as trabalhadoras irão ficar sem o pagamento do salário, 13⁰ e benefícios até o dia 25? Em reunião nesta segunda-feira, a vice-prefeita informou que o pagamento será efetivado apenas em 15 de janeiro do ano que vem!

Essa estratégia é cruel e demonstra o quão perversa é sua tática. Enquanto trabalham gratuitamente, os postos não ficam descobertos e não há necessidade de remanejamento de outros trabalhadores para a função.

E porque não pode pagar imediatamente? Alega que o exercício financeiro deste ano está encerrado e por isso não pode fazer o pagamento agora.

Desde o primeiro dia de atraso dos salários (no quarto dia útil de novembro) havia a possibilidade da prefeitura glosar o contrato (ou seja, poderia reter ou suspender a transferência dos valores até  que a empresa fizesse a restituição dos valores já pagos), fato que não se consumou, mesmo com a experiência anterior. A situação acabou da forma mais trágica possível: trabalhadoras estão à mercê da insegurança alimentar.

Segundo mensagem enviada via whatsapp para os terceirizados, deu a entender que a prefeitura só iria pagar aqueles que não abandonassem seus postos de trabalho. Além de configurar como uma ameaça, trabalhar sem receber e sem contrato equivale a trabalho escravo.

A prefeita, a senhora Léa Assad deve se reportar imediatamente à Reitoria para a liberação da verba para o pagamento das trabalhadoras ainda neste ano.

Só neste ano essa é a quarta vez que tal situação acontece, lembrando que os vigilantes ficaram mais de dois meses sem salários, trabalhando de graça no campus, à mercê da insegurança alimentar e com o futuro incerto. As trabalhadoras da empresa VIVA permanecem sem pagamento de seus tickets até agora. Recebemos a denúncia que somente 50% dos materiais de limpeza estão sendo distribuídos. Sabemos, através desses exemplos e muitos outros, que a terceirização é um tiro no pé, e traz consequências nefastas apenas à classe trabalhadora.

Tudo isso demonstra algo que o SINTUSP vem denunciando há anos: a calamidade que a terceirização traz para os trabalhadores e para a USP! Se, por um lado os trabalhadores, que já recebem um salário de fome e ficam sem a sua fonte de sustento, por outro, a USP vê as atividades-meio comprometidas, com frequentes rescisões contratuais e a impossibilidade de contratação imediata, deixando postos descobertos e a segurança do campus desfalcada.