Nessa terça-feira, dia 13/12 dezenas de trabalhadores terceirizados da Universidade Federal de Minas Gerais cruzaram os braços para protestar contra o não pagamento de seus salários além de outras irregularidades como o não depósito do FGTS. Essa situação é um reflexo direto dos cortes de Bolsonaro na educação, da reitoria da UFMG que despeja a crise nas costas dos setores mais precarizados e também da sede de lucro dos empresários da Conservo que alega não conseguir pagar os salários por não receber o repasse de verbas da Reitoria. Essa greve dos trabalhadores terceirizados da UFMG se soma a outros processos de luta contra a precarização do trabalho em universidades como a Unicamp, UFRN, UFRJ. O último bloqueio de verbas levou as universidades públicas a uma situação extremamente grave, deixando muitas delas sob risco de fechar as portas. Na UFMG, os bloqueios de verbas já chegam a R$ 16 milhões a menos no orçamento. Além dos trabalhadores terceirizados, os estudantes estão sentindo os efeitos dos cortes com o repasse de suas bolsas atrasadas.
A terceirização divide a classe trabalhadora pagando menores direitos e salários a uma parcela cada vez maior da classe trabalhadora. Precisamos romper essa divisão que só enfraquece a classe trabalhadora e favorece os patrões. Também temos que batalhar para que as grandes centrais sindicais tomem medidas de apoio e solidariedade a essas greves para que possam vencer. Somos uma só classe em uma só luta e precisamos avançar na defesa de iguais direitos e salários entre trabalhadores efetivos e terceirizados como parte da batalha pela efetivação dos terceirizados sem necessidade de concurso público. Para isso é fundamental uma luta unificada entre trabalhadores efetivos e terceirizados e com os estudantes e professores contra os cortes na educação, pelo pagamento dos salários dos terceirizados e das bolsas aos estudantes.
São Paulo, 14 de dezembro de 2022.
Conselho Diretor de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP