Por que os trabalhadores da USP devem lutar por uma Palestina Livre?

A classe trabalhadora internacional está diante de um desafio decisivo: o centro da luta anti-imperialista mundial é hoje a defesa do povo palestino. O genocídio em curso, alimentado por Israel e respaldado pelas principais potências imperialistas, como os Estados Unidos de Trump, já tirou a vida de mais de 65 mil palestinos, sendo um terço dessas mortes crianças, enquanto mais de 370 mil permanecem desaparecidos sob escombros. Além disso, o uso da fome como arma de guerra aprofunda o sofrimento de milhões, numa tentativa cruel de destruir não só as vidas, mas também a esperança e o futuro do povo palestino. Derrotar o projeto sionista que busca apagar do mapa toda a faixa de Gaza e exterminar um povo inteiro significa golpear o coração do Imperialismo e fortalecer a luta de todos os trabalhadores no mundo.

O direito à educação do povo é sistematicamente atacado e destruído por Israel, as universidades estão sob constante ataque

No último domingo, o Exército de Israel invadiu o campus da Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, danificando murais que mostravam a destruição em Gaza, prendendo seguranças, ferindo funcionários e espalhando panfletos ameaçadores, chamando a atividade estudantil de “terrorista” e intimidando alunos e trabalhadores. Esse foi o terceiro ataque ao campus desde o início do genocídio e parte da política de Israel para destruir toda possibilidade de organização e educação entre os palestinos. Também foi preso Mustafa Shawar, chefe do Conselho de Cientistas Palestinos e professor da Universidade de Hebron.

Esse cenário assustador de terror e trevas deve ser entendido não apenas como um ataque ao povo palestino. Atacam o conhecimento livre, o direito universal à educação como um direito humano. Intelectuais, pesquisadores e estudiosos que levam a sério a defesa da educação não deveriam silenciar diante do aniquilamento das universidades palestinas e da perseguição aos seus intelectuais.  

A USP na contramão da defesa dos oprimidos e da educação

Na contramão de diversas universidades no mundo e até mesmo da Unesp e Unicamp, a USP mantém convênios com universidades e empresas israelenses diretamente envolvidas com o apartheid e o genocídio palestino. Projetos acadêmicos e parcerias tecnológicas colaboram com o aparato repressivo, ignorando as resoluções e apelos de ruptura que partem do movimento internacional de boicote acadêmico e comercial. Pior ainda, enquanto um povo é varrido do mapa, a USP cede parte do seu espaço para manter um Corner de Israel de forma impune. As pesquisas dessas universidades israelenses servem tampo para o genocídio do povo palestino quanto para ampliar o aparato repressor do estado brasileiro que se voltam contra a juventude negra e periférica. São armas, drones, blindados israelenses criados para reprimir trabalhadores e a juventude negra. São filhos da classe trabalhadora no Brasil e na Palestina sendo mortos por armas israelenses! E a reitoria da USP, ao não romper todos os convênios com universidades israelenses, está sendo cúmplice desse genocídio!

Pela ruptura de todos os convênios com universidades israelenses e pelo fim do corner de Israel!

Exemplo internacional: Greve Geral dos trabalhadores italianos em apoio à Flotilha Global Sumud

A greve nacional realizada na Itália neste dia 22 de setembro é um exemplo poderoso do papel transformador da classe trabalhadora internacional unida, mostrando que trabalhadores, estudantes e professores podem se erguer contra o genocídio na Palestina e se colocar na linha de frente da solidariedade ativa. Milhões de trabalhadores italianos paralisaram portos, escolas, transportes e fábricas exigindo o fim da guerra, denunciando o envio de armas para Israel e exigindo o reconhecimento do Estado palestino, em uma mobilização social sem precedentes e que inspira o mundo inteiro a romper o silêncio diante da barbárie.

Ruptura já de todas as relações do Brasil com Israel! Nenhuma gota de petróleo para abastecer o genocídio!

A exemplo dos trabalhadores italianos, que mostraram força e coragem ao bloquear portos e impedir a saída de explosivos com destino a Israel, a mobilização se espalhou em mais de 65 cidades, reunindo estudantes, professores, associações e sindicatos de base. A greve nacional com marchas de centenas de milhares, paralisações de portos estratégicos e confrontos com a repressão policial é resposta direta à cumplicidade dos governos europeus com o massacre palestino, tornando a luta pelo fim do genocídio e pela Palestina livre uma tarefa de toda a classe trabalhadora mundial. Os trabalhadores italianos são exemplo! 

As centrais sindicais, entidades do movimento estudantil, sindicatos devem seguir esse forte exemplo chamando a classe trabalhadora a lutar em defesa do povo palestino, exigindo do governo brasileiro que rompa todas as relações diplomáticas e econômicas com o estado genocida de Israel.

Estudantes e trabalhadores USP na linha de frente do apoio a Global Sumud Flotilha e da solidariedade ao povo palestino

Neste momento, é fundamental que estudantes, professores e trabalhadores da USP sigam o exemplo internacional, unificando forças no acampamento por uma Palestina livre, do rio ao mar chamado pelo comitê dos estudantes em solidariedade ao povo palestino (ESPP). A luta pela Palestina é também uma luta pela vida, pela liberdade e pelo direito à educação que nos une como trabalhadores em qualquer parte do mundo. A tradição do SINTUSP e a presença dos nossos companheiros Bruno Gilga e Magno de Carvalho na Global Sumud Flotilla mostram que estudantes e trabalhadores da USP estão na linha de frente da solidariedade internacional, reafirmando nossa denúncia à cumplicidade da universidade com o apartheid israelense.

Apoio ativo ao Acampamento Por uma PALESTINA LIVRE, Boicote Geral a Israel!

O acampamento começa no dia 24, às 18h no vão da História e Geografia e será um espaço de resistência, construído pela unidade entre os três setores da universidade. Chamamos todos os trabalhadores a participarem ativamente das atividades ao longo dos dias e ajudando os acampados com alimentos, produtos de higiene e limpeza, água, barraca e cobertores!

A participação ativa de todos fortalece a luta e inspira trabalhadores pelo mundo a entrar em cena em defesa do povo palestino. Assim como na Itália, mostramos que a solidariedade internacional da classe trabalhadora é a única força capaz de quebrar o cerco genocida e construir um futuro livre para a Palestina.

Palestina livre, do rio ao mar!