Embora se diga que a USP é uma universidade de excelência e que a reitoria se preocupa com seus trabalhadores a realidade é que em várias unidades vemos condições de trabalho escandalosas e completamente precárias.
Os bandejões da USP sempre foram uma máquina de moer carne humana, adoecendo dezenas de trabalhadores efetivos de tanto trabalhar. Com a terceirização dos bandejões a situação piorou em muito já que os trabalhadores terceirizados são obrigados a fazer o mesmo trabalho extenuante com muito menos funcionários, salários e direitos muito menores e submetidos a diversos tipos de assédio.
A condição de trabalho dos trabalhadores terceirizados no restaurante central está insustentável!!! Este restaurante é responsável pela alimentação de mais de 7 mil estudantes todos os dias. Para dar conta dessa alta demanda o restaurante padece de um problema crônico que é a falta de funcionários suficientes para que esse trabalho (que exige enorme esforço físico) possa ser realizado sem adoecer os trabalhadores.
Depois da terceirização a situação que já era grave piorou muito. Atualmente no restaurante central do campus da capital além da Vin Service Serviços Especializados (que executa os serviços da sala de louça) também atua uma outra empresa, a J. Leal Recursos Humanos (que executa as funções de abastecimento). A situação de trabalho dos funcionários da empresa Vin Service está completamente precária já que a empresa não assegura o número mínimo de funcionários necessários para que as atividades sejam feitas transformando o dia a dia de trabalho num verdadeiro caos porque mesmo com o número reduzido de funcionários o serviço não deixa de ser feito.
Em alguns dias essa situação leva a que as refeições não possam sequer ser servidas adequadamente, principalmente no horário noturno porque não há funcionários suficientes. A maioria dos trabalhadores efetivos adoeceu trabalhando (em decorrência de doenças do trabalho por esforços repetitivos) e tem restrições médicas que impedem que realizem várias atividades e o número de trabalhadores terceirizados é muito abaixo do necessário. Quem paga por isso são os trabalhadores mas também os estudantes que enfrentam filas enormes no bandejão.
Em 2024 a Vin Service, que presta serviços de limpeza, zeladoria, manutenção predial, jardinagem entre outras áreas desde 2007, foi alvo de matéria na Folha de São Paulo por atrasar salários dos trabalhadores do Fórum da Barra Funda. Na USP não se sabe o valor do contrato com essa empresa, mas em outros setores onde presta serviço como a Secretaria da Cultura, Tribunal de Contas do Estado, Polícia Militar, Secretaria de Agricultura entre outros órgãos são contratos milionários (como divulgou a Folha de São Paulo em 2024).
Mesmo com contratos milionários, com faturas mensais pagas antecipadamente pela USP, a Vin Service arranca o couro dos trabalhadores todos os dias deixando de contratar e disponibilizar o quadro necessário de funcionários de modo que se algum trabalhador adoece ou falta isso sobrecarrega todos os demais trabalhadores. A verdade é que os empresários lucram contratando o menor número de funcionários possível e deixam os trabalhadores nessa situação. Além da falta de funcionários são inúmeras as queixas de atrasos no pagamento da cesta básica, vale transporte, pagamentos com descontos indevidos, não pagamento de PLR, atraso nas férias, não pagamento do bônus de R$ 300,00 pagos por outras empresas como as empresas terceirizadas de limpeza, denuncias gravíssimas de assédio e retaliação a qualquer trabalhador que reivindique os seus direitos, para não falar da falta de direitos mínimos que qualquer trabalhador da USP tem como o cartão BUSP. Há relatos de trabalhadores que estão com 2 ou 3 férias vencidas!! Outros relatam que só recebem a remuneração de férias depois do retorno das férias!! Isso é completamente absurdo e ilegal!!!
Segundo a CLT:
“Art. 134. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.” Ou seja, após um ano de trabalho todo trabalhador tem direito a tirar férias de 30 dias.
“Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
§ 1º Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
§ 2º A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário-mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.”
“Art. 145. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143, serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.”
Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1535.htm
A USP tem responsabilidade tanto na fiscalização dos contratos, no pagamento correto dos salários e direitos, mas também de garantir condições de trabalho dignas para os trabalhadores terceirizados. Afinal a USP é responsável pelo orçamento público através do qual paga as empresas terceirizadas e vem decidindo conscientemente avançar na terceirização para cortar gastos. Para os trabalhadores a terceirização significa mais exploração, mais humilhação, atrasos e precarização.
Não é a primeira vez que o Sintusp alerta a Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) dirigida por Ana Lanna e coordenada por Marie-Claire, mas até agora a situação não foi resolvida. É uma situação que não aceitaremos que prossiga e buscaremos dar conhecimento à categoria, à imprensa e a todos para que os trabalhadores não paguem mais pela sede de lucro dos empresários das empresas terceirizadas e pela conivência da USP com essa situação completamente absurda.
Nossa luta contra a terceirização é em primeiro lugar em defesa das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados lutando para impedir situações como as que vemos na USP de atrasos de salários, assédios moral e sexual, sobrecarga de trabalho e adoecimentos físico e mental, mas contra a precarização das condições de vida e trabalho do conjunto da classe trabalhadora, de efetivos e terceirizados. Precisamos nos unir contra essa situação e contra todas as medidas da USP para aumentar a exploração dos trabalhadores.
“Art. 145. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143, serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.”
Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1535.htm
A USP tem responsabilidade tanto na fiscalização dos contratos, no pagamento correto dos salários e direitos, mas também de garantir condições de trabalho dignas para os trabalhadores terceirizados. Afinal a USP é responsável pelo orçamento público através do qual paga as empresas terceirizadas e vem decidindo conscientemente avançar na terceirização para cortar gastos. Para os trabalhadores a terceirização significa mais exploração, mais humilhação, atrasos e precarização.
Não é a primeira vez que o Sintusp alerta a Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) dirigida por Ana Lanna e coordenada por Marie-Claire, mas até agora a situação não foi resolvida. É uma situação que não aceitaremos que prossiga e buscaremos dar conhecimento à categoria, à imprensa e a todos para que os trabalhadores não paguem mais pela sede de lucro dos empresários das empresas terceirizadas e pela conivência da USP com essa situação completamente absurda.
Nossa luta contra a terceirização é em primeiro lugar em defesa das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados lutando para impedir situações como as que vemos na USP de atrasos de salários, assédios moral e sexual, sobrecarga de trabalho e adoecimentos físico e mental, mas contra a precarização das condições de vida e trabalho do conjunto da classe trabalhadora, de efetivos e terceirizados. Precisamos nos unir contra essa situação e contra todas as medidas da USP para aumentar a exploração dos trabalhadores.