Declaramos: paz entre nós e guerra à reitoria!
Na semana passada, a reitoria divulgou as regras e os prazos para a avaliação de todos os funcionários da USP. A divulgação, às pressas, e as regras de avaliação foram feitas EXCLUSIVAMENTE pela REItoria, sem nenhum diálogo com o SINTUSP que representa os funcionários da USP.
O processo de avaliação é algo como um verdadeiro “Jogos Vorazes”, com a clara intenção de jogar trabalhador contra trabalhador. Por isso, NÃO FAÇAMOS O JOGO DA REITORIA, nenhuma avaliação negativa dos nossos colegas deve partir de nós, trabalhadores!
Quem avalia a USP?
A avaliação dos funcionários parte de exigir que nós, trabalhadores, sejamos perfeitos sob condições imperfeitas de trabalho. Adoecimento físico por falta de ergonomia laboral, adoecimento mental agravado por assédio moral de todos os tipos e por todas as vias, sobrecarga de trabalho por causa das políticas de congelamento de contratações e PIDVs são alguns dos desafios que os trabalhadores da USP enfrentam.
O autoritarismo da reitoria e a estrutura de poder engessada sufocam qualquer manifestação por melhores condições de trabalho. Vale lembrar do caso do funcionário do Museu de Zoologia demitido por uma expressão figurativa de revolta num grupo de WhatsApp que enfureceu o diretor do MZ.
Com essas condições de trabalho querem nos avaliar e propor um plano individual de desenvolvimento sem que a USP ofereça a sua contrapartida? Quais condições a USP irá nos oferecer para que possamos desenvolver nossas capacidades? Qual tratamento ela vai dar àqueles que foram adoecidos pelas políticas de assédio moral e sobrecarga de trabalho?
Paz entre nós, guerra aos burocratas!!!
A burocracia acadêmica, sentada em 6 bilhões de reais de reserva financeira, acumuladas graças à política de arrocho salarial e enxugamento do quadro de funcionários, ampliando a terceirização, quer que no digladiemos entre nós nessa avaliação com uma suposta promessa, que sequer foi divulgada, de progressão na carreira. Muitos de nós anseiam serem valorizados e inclusive esperam algum retorno financeiro que minimize o arrocho que sofremos nos últimos anos. Mas não devemos cair no jogo sujo da reitoria de nos dividir.
O fato é que a reitoria não tem interesse em valorizar a experiência, afinal trata aqueles que ajudaram a erguer essa universidade como descartáveis. Tampouco tem o interesse de valorizar quem “merecer”, a partir das suas próprias regras, pois além de não divulgar a verba que será destinada à carreira. Nos anos anteriores, a verba foi ínfima deixando vários que “mereciam” à míngua.
O que a reitoria quer é criar condições para aumentar a exploração e a terceirização, que é lucrativa para os bolsos das empresas: elitizando a universidade e privatizando as pesquisas. Seu projeto de avaliação e de universidade segue à risca os parâmetros de sustentabilidade econômico-financeira, aprovados sob sangue de estudantes, professores e trabalhadores em 2017, tal como idealizado e executado por Marco Antônio Zago.
Isso mostra como essa gestão Carlotti/Maria Arminda é a continuidade desse projeto e está em consonância com os ataques ao funcionalismo e aos serviços públicos dos governos federal e estadual, em conluio com o privatizador Tarcísio, que já afirmou que quer passar uma reforma administrativa que será terra arrasada na educação básica, na saúde e também nas universidades! Ou seja, coloca um alvo sobre todos nós.
A avaliação não pode ser vista longe desse processo, afinal ela foi pensada para servir aos interesses da reitoria e dos seus burocratas.
Por isso, chamamos a categoria a olhar a avaliação de forma crítica e não avaliar negativamente seus pares! Nós somos todos ótimos, quem não serve é a reitoria.