O Sintusp, soma-se à campanha de nossa Central Sindical, a CSP-Conlutas, em solidariedade à população do Rio Grande do Sul que enfrenta uma grave situação em meio às fortes chuvas que caem sobre o estado. Já são mais de 30 mortes confirmadas e pelo menos 70 desaparecidos, segundo informou a Defesa Civil na manhã desta sexta-feira (3).

Alagamentos já afetaram mais de 200 municípios do estado. Milhares de pessoas estão desalojadas. Pela TV e nas redes sociais, as imagens são dramáticas, com pessoas sendo resgatadas do telhado das casas completamente inundadas e moradias sendo levadas pelas águas.

O nível do rio Guaíba alcançou a marca de 4,5 metros e a estimativa é que pode passar de 5 metros ainda nesta sexta-feira, ultrapassando o recorde histórico da grande enchente que atingiu o estado em 1941. A enchente afeta a capital Porto Alegre e a Prefeitura anunciou o bloqueio das entradas e saídas da cidade.

Bairros inundados, casas e pontes destruídas, estradas interditadas, corte no abastecimento de água e luz, risco de desabastecimento de combustível. O caos e a destruição penalizam, sobretudo, a população mais pobre e vulnerável.

Em menos de um ano, foram quatro fortes temporais (junho, setembro, novembro e agora em abril). A cada tragédia fica escancarada a incompetência e negligência do governo Eduardo Leite (PSDB) e demais governos em ter políticas preventivas e medidas para agir nessas situações emergenciais. No ano passado, foram 81 mortes.

As fortes chuvas que caem sobre o Rio Grande do Sul desde sábado são resultado de uma conjunção de fatores meteorológicos, mas ambientalistas e climatologistas afirmam que o pano de fundo para essa situação é a crise climática em curso em todo o planeta, responsável por eventos cada vez mais extremos, de temporais a secas.

Crise climática que tem a responsabilidade direta da ação humana e do sistema capitalista. Ao mesmo tempo, a postura dos governos é de negligência e incompetência.

Mesmo após mais de 80 mortes no ano passado, o governo Eduardo Leite reservou pouco mais de R$ 111 milhões para medidas relacionadas à Defesa Civil, desastres ambientais e controle ambiental. Um valor irrisório que representa apenas 0,2% do Orçamento do estado. Bem inferior aos cerca de R$ 2 bilhões pagos da Dívida Pública em 2023.

O orçamento do governo federal, também responsável por medidas preventivas e de mitigação, reflete a mesma negligência. De 2013 a 2022, os sucessivos governos destinaram apenas R$ 19,9 bilhões para o setor.

Campanha financeira de solidariedade

A CSP-Conlutas se soma à campanha em apoio aos atingidos e dá início a uma arrecadação financeira para ajudar famílias atingidas.

As contribuições devem ser feitas via PIX, através da chave: financeiro@cspconlutas.org.br, ou ainda via depósito/transferência para Banco do Brasil, agência 3520-3, conta corrente 26261-7, CNPJ 07.887.926/0013-23 – CSP-Conlutas Central Sindical e Popular.

As doações serão destinadas pela direção estadual do RS da CSP-Conlutas à assistência de famílias atingidas.

Juntamente a isso, exigimos do governo de Eduardo Leite (PSDB), governos municipais e do governo federal a imediata assistência aos atingidos e o restabelecimento de serviços essenciais.

Os governos devem colocar em prática um plano de obras públicas que possa garantir a reconstrução das moradias e locais destruídos, atendendo, prioritariamente, as populações que vivem em áreas de risco.

Pela suspensão do pagamento da Dívida Pública, para garantir dinheiro público para as reais necessidades da população.

É preciso enfrentar a crise climática, causada pela ganância e irracionalidade capitalista. Isso implica enfrentar de imediato os interesses do agronegócio, da especulação imobiliária, as privatizações e, acima de tudo, avançarmos na luta por uma sociedade socialista.

São Paulo, 6 de maio de 2024