Foi uma vergonha! Um desrespeito com nossa categoria! Essa é a síntese da suposta reunião de “negociação” da Pauta específica, que ocorreu na quinta-feira, 4/8. O desrespeito já começou pela demora em reagendar a reunião, já que ela ocorreria inicialmente em 4 de julho. Imaginávamos que, ao menos, a demora poderia ser porque estavam avaliando alguma contraproposta às nossas reivindicações. Mas não, só estavam enrolando mesmo e buscando os argumentos mais cínicos para simplesmente negarem todos os itens econômicos da nossa Pauta Específica.

O professor João Maurício, coordenador da CODAGE, abriu a reunião justificando que a questão do valor fixo de R$1.200,00 era algo que deveria ser debatido no âmbito do Cruesp. De fato, o tema está também na pauta unificada do Fórum das Seis. O que o professor omitiu é que estamos há mais de 4 meses esperando o agendamento de uma reunião de negociação com o Cruesp, e até agora nada! Curiosamente, aliás, o reitor da Unicamp (atual presidente do Cruesp) irá falar no ato pela Democracia que ocorrerá na Faculdade de Direito. Pelo visto irá lá defender a democracia para os outros, porque no seu quintal a democracia é bem relativa.

Sobre os vales (Alimentação e Refeição) depois que explicamos os cálculos que fizemos para chegar a esse valor, o professor começou respondendo que não poderia reajustar nada por conta da Lei Eleitoral. Ora, então a negociação era para quê? Nós relembramos a autonomia universitária e que em outros anos houve reajuste a despeito da lei eleitoral. Além disso, a lei não proíbe reajuste, só limita ao índice de inflação do ano, e como neste ano há uma inflação acumulada significativa, eles poderiam ao menos conceder um reajuste nos vales.

No entanto, o argumento da lei eleitoral era fachada. O central veio depois, quando o professor João Maurício disse que os nossos vales já eram muito altos, e que aumentar esses valores colocaria a universidade em evidência perante a sociedade. Ora, exatamente o mesmo discurso da gestão Zago e depois da gestão Vahan! Chama a atenção a hipocrisia desse argumento, já que os reitores foram fazer lobby no STF para aprovação do fim da limitação do teto, o que possibilitou que muitos docentes pudessem ganhar acima do teto do salário do governador. Ou seja, para esses senhores não causa nenhum constrangimento à imagem da universidade ir brigar para aumentar os maiores salários, mas recuperar o poder de compra dos menores salários e dos nossos benefícios é o que pode colocar a universidade em evidência?! É muita hipocrisia!

Importante lembrar que sequer estamos reivindicando aumento real nos vales, só estamos reivindicando a recuperação do poder de compra que eles tinham em 2013! Mesmo a reivindicação do valor fixo não implica em ganho real, é uma forma de chegarmos novamente a um piso de três salários-mínimos, que era o que conseguimos na aplicação da carreira no final dos anos 80 e depois novamente na carreira de 2011.

Ainda tentamos garantir novas reuniões para seguirmos a negociação, ainda que a aplicação fosse somente após as restrições da lei eleitoral. Sequer isso eles aceitaram, ficaram de avaliar. Ou seja, vieram preparados somente para dizer NÃO!!!

E para fechar o desrespeito, encerraram a reunião unilateralmente, sem conceder nada! Os membros da reitoria foram simplesmente saindo da sala virtual, fecharam o link e pronto! Aliás, questionamos por que essas reuniões da Copert seguem virtuais quando todos já retornaram? Pelo visto é só para poderem controlar a reunião e encerrar quando quiserem. Enfim, um show de horrores, que demonstra que não podemos esperar sentados pela bondade da reitoria!