Basta de cumplicidade com o estado genocida de Israel!

Ruptura já de todos os convênios com instituições israelenses

Créditos: Foto de Gabriel Uyeda Sato @vidassemmolduras
 

Na última quinta-feira, o SINTUSP convocou um importante ato em frente à reitoria da USP, com a participação ativa dos estudantes, para denunciar o sequestro ilegal dos companheiros que integravam a Global Sumud Flotilha — entre eles dois membros da nossa comunidade uspiana: Magno de Carvalho, funcionário aposentado , que foi parte da luta pela autonomia universitária e Bruno Gilga, funcionário da FFLCH, que representou os funcionários por 4 anos no conselho universitário, tendo sido parte da batalha para que o CO aprovasse as cotas raciais, ecoando a luta do movimento negro e estudantil. Ambos embarcaram nessa missão internacional humanitária para levar solidariedade ao povo palestino e foram violentamente capturados pelas forças de Israel em águas internacionais, numa clara violação do direito internacional e um crime político que configura sequestro coletivo, indignando autoridades e organizações por todo o mundo.

Nenhuma palavra, nenhuma linha sobre o sequestro ilegal de ativistas que estavam numa missão humanitária para levar comida, medicamentos, próteses para os milhares de pessoas que tiveram seus membros amputados! A USP precisa se pronunciar imediatamente pela liberdade de Magno, Bruno e de todos os brasileiros que seguem detidos. A omissão da reitoria frente à prisão ilegal de seus próprios trabalhadores é de uma covardia inaceitável. Enquanto Unicamp e Unesp já aprovaram manifestações públicas exigindo o fim do genocídio promovido por Israel em Gaza e, inclusive, o rompimento de relações acadêmicas, a USP permanece calada e de portas fechadas, tratando estudantes e servidores com grades e seguranças — como se fossem ameaça, não protagonistas da universidade.

Vale ressaltar que, nos últimos anos, o genocídio promovido por Israel contra o povo palestino tomou dimensões cada vez mais brutais, com centenas de milhares de mortos, especialmente mulheres e crianças, e bloqueio sistemático de assistência humanitária. Organismos internacionais, como a ONU, já reconhecem o genocídio em Gaza, gerando mobilizações de trabalhadores, estudantes e docentes nas universidades do mundo todo: ocupações em universidades dos EUA, greve de fome no México, bloqueio de portos por trabalhadores na Itália, e, principalmente, decisões de diversas universidades europeias pela suspensão de relações acadêmicas e comerciais com Israel.

Os representantes eleitos dos funcionários no CO, juntamente com representantes de estudantes, tentaram protocolar uma carta denunciando o genocídio e o quão é importante que a USP tenha um posicionamento claro diante da barbárie, como outras universidades já fizeram, rompendo os convênios com instituições israelenses. E tomaram um chá de cadeira do lado de fora das grades da reitoria, porque sequer puderam entrar no saguão para aguardar serem recebidos. E não foram recebidos!

Na carta, os companheiros representantes no CO denunciam com firmeza que a USP mantém convênios desde 1984 com universidades israelenses diretamente envolvidas no aparato repressivo e racista do Estado de Israel, como Tel Aviv, Technion, Haifa, Ariel e Hebraica de Jerusalém — ignorando reiteradas denúncias de estudantes, funcionários e setores da docência e se recusando a pautar o rompimento dessas relações acadêmicas que colaboram com o genocídio palestino e as violações massivas de direitos humanos.

Por isso, reforçamos: é vergonhoso o silêncio da reitoria diante dos crimes do Estado de Israel e do sequestro de servidores da USP. O SINTUSP não aceita ser barrado atrás de grades, repudiando toda postura autoritária que transforma a USP em bunker da omissão. Nossa luta foi e sempre será ao lado dos trabalhadores e oprimidos, dos palestinos e de todos que combatem a barbárie.

EXIGIMOS: reunião extraordinária do Conselho Universitário para votar imediatamente o rompimento de todos os convênios com universidades israelenses, pronunciamento público pela liberdade de Magno e Bruno, fim do genocídio e abertura da USP à voz da sua comunidade.

Quando governos e reitorias silenciam, os trabalhadores respondem nas ruas com seus métodos de luta!

A força do Sintusp e da nossa categoria se dá por nunca termos vacilado na defesa dos oprimidos do mundo!