
🇵🇸 Atualização 01/10
Por volta das 14h –
“Temos barcos militares a 7 milhas à frente! Agora já são dezenas de navios que devem tentar um bloqueio, mas não pararemos!
Estão vindo em nossa direção; provavelmente teremos que descartar os celulares, com a interceptação quase certa. Estamos tranquilos e preparados!
A divulgação é fundamental. Estamos juntos!
🇵🇸 A vitória virá! Seguimos em frente! 🇵🇸
Magno de Carvalho
Sintusp e CSP-Conlutas”
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– 12h50 (horário Egito)
CONTINUAMOS EM FRENTE.
Bom dia, são 12h50 aqui, 6h50 no Brasil. Estamos a 120 milhas de Gaza, lembrando que Israel considera que 150 milhas são águas territoriais deles, a chamada “zona vermelha”. Portanto, já navegamos 30 milhas nesta região.
Os navios da marinha turca e italiana que iriam com a flotilha até Gaza — os dois turcos com a Cruz Vermelha e ajuda humanitária — resolveram obedecer a Israel e não entrar nas “150 milhas”. O da Espanha nem tinha chegado até a flotilha e já voltou.
Na noite passada, a marinha israelense resolveu não deixar a gente dormir, passando com um enorme navio de guerra bem próximo dos nossos barcos, além de um submarino acendendo suas luzes quase na superfície. Conseguiram: ninguém dormiu. Pela manhã, sumiram.
Todas as interceptações ou ataques são feitos à noite. Nosso capitão calcula que temos cerca de 20 horas de navegação até Gaza. A probabilidade de interceptação esta noite é grande.
A noite passada, apesar de desgastante e sem sono, foi um bom teste para nós. Nós, aqui no Sirius, nos portamos com tranquilidade, cumprindo todos os protocolos que vínhamos treinando, sem falhas. Estamos preparados e com a moral alta, creio que porque nossa inspiração é a resistência absurda do povo palestino.
Cada vez fica mais claro que a vitória dos palestinos é a vitória de todos os que lutam contra o imperialismo e pela superação do capitalismo em crise estrutural profunda e de sua barbárie.
Em frente.
Magno de Carvalho
–Sintusp e Membro da Executiva nacional da CSP-Conlutas
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– 6h20 (horário Egito)
Submarino acende luzes próximo a superfície. Será que quer nos assustar? Seguimos a Gaza a toda força!
– Israel será derrotado! Palestina livre do Rio ao Mar!
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– 5h50 (horário Egito)
– Submarino e navios próximos da Flotilha!

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5h15 da manhã (horário Egito)
Continuamos avançando em direção a Gaza são 5h15. Esperamos o nascer do sol… Navio israelense mantém distância.
“Vamo que Vamo!”À zona vermelha e a Gaza!!!
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Por volta das 4h30 (horário Egito)
Companheiros, são 4h30 da manhã (horário do Egito). Devemos estar chegando à área crítica, à Zona vermelha da Palestina, e temos a informação do comandante de que barcos israelenses já se aproximam, com certeza para tentar interceptar os nossos barcos.
Estamos todos tranquilos, aguardando a interceptação, e pedimos aos companheiros que divulguem mais esse crime de Israel, de tentar impedir que nós cheguemos a Gaza com medicamentos e alimentos para um povo que está sendo massacrado por esses genocidas do Estado de Israel.
Estamos juntos, cumprindo a nossa missão e nos dirigindo a Gaza neste momento. Momento.
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🇵🇸 Atualização 30/9
VAMOS CHEGAR À ZONA VERMELHA!

Acabamos de nos reunir no nosso barco, o Sirius. Vou fazer um resumo das informações e decisões que tivemos:
- A flotilha deverá atingir as 150 milhas de Gaza às 4h da manhã de amanhã (1/10) aqui, e às 22h de hoje, 30/9, no Brasil. Esta é a área que Israel chama de águas territoriais e de zona de guerra.
- Temos uma má notícia: os navios da Turquia, Itália e Espanha vão respeitar as 150 milhas reivindicadas por Israel e não mais acompanharão a flotilha a partir daí.
- O ministro do Exterior de Israel declara que foram encontrados documentos que, segundo ele, comprovam que nós, da flotilha, somos vinculados ao Hamas. A interceptação e o sequestro dos barcos e a prisão das pessoas em prisões de Israel são totalmente ilegais.
Mantemos nosso firme propósito de chegar a Gaza com nossa ajuda humanitária para o povo palestino. O acordo de paz proposto por Trump é absurdo e significaria que os palestinos abririam mão da sua terra; estamos com os palestinos.
🇵🇸 VAMOS EM FRENTE.
🇵🇸 NOSSA LUTA CONTINUARÁ ATÉ A DERROTA DO ESTADO DE ISRAEL.
🇵🇸 PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR.
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CRESCE O APOIO OFICIAL À FLOTILHA.
🇵🇸 Atualização 29/9
Dois navios da marinha de guerra da Turquia, com a Cruz Vermelha trazendo ajuda humanitária, se juntaram à flotilha e vão até onde formos. Já nos acompanhava um navio da Itália, e agora vêm ao nosso encontro dois navios da Espanha; tudo isto é fruto da pressão popular nos respectivos países!
Tivemos uma parada devido a problemas mecânicos em três barcos italianos: dois já superados e um que não poderá continuar; não afetará o nosso calendário.
Na noite de amanhã, de terça para quarta-feira, se não houver nenhuma intervenção na noite de hoje, estaremos entrando na área vermelha, considerada zona de guerra por Israel; para nós, zona de alerta ou de alarme máximo.
As últimas notícias de apoios institucionais concretos são, para nós, uma importante vitória! Por outro lado, a situação em Gaza se agrava, principalmente com a retirada dos Médicos Sem Fronteiras.
Os nossos advogados na Palestina ocupada avisam que, se formos presos amanhã, ficaremos dois dias sem apoio jurídico, pois quarta e quinta-feira são feriados judaicos.
Para mim, é, no mínimo, uma sensação estranha e inusitada ver naus de guerra “escoltando” nossos barcos, mas também é uma sensação de vitória da ação popular.
🇵🇸 Vamos em frente até a derrota de Israel!
🇵🇸 Palestina livre do rio ao mar!
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🇵🇸 Atualização 28/9
AGORA NAVEGAMOS EM ALERTA GERAL
Voltamos a navegar ontem à noite, após a conclusão do remanejamento para outros barcos dos companheiros do Family, cujo motor quebrou. Já estamos em águas internacionais e, diante das ameaças comunicadas aos ministérios de governos de vários países — dentre os 44 que têm representação nesta missão — de que nossos barcos serão atacados em águas internacionais, a Flotilha entrou em alerta geral, mudando toda a nossa rotina nos barcos e nos preparando para as várias hipóteses, que vão da interceptação e sequestro dos barcos e das pessoas, com prisão em Israel, até ataques destrutivos aos nossos barcos. As instruções e treinamentos passam a ser intensivos, incluindo sobrevivência no mar.
Eu, pessoalmente, acredito que a pressão internacional sobre Israel e o isolamento crescente têm sido importantes, e espero que se intensifiquem, principalmente contra a brutal crueldade em Gaza e também para que a carga de ajuda humanitária que levamos — e a que está barrada na fronteira do Egito — possa chegar ao povo massacrado palestino na Faixa de Gaza.
Nós, que aqui estamos navegando para Gaza, estamos cumprindo a parte que nos propusemos: ir para furar o bloqueio a Gaza e abrir um corredor marítimo de ajuda humanitária.
É hora de intensificarmos a luta em todo o mundo pelo fim deste genocídio, pelo fim do holocausto e do “estado” genocida de Israel.
🇵🇸PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR🇵🇸
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🇵🇸 Atualização 26/9
O barco Family está com um problema sério no motor, que não dá para consertar; estará impedido de navegar. Todos os participantes e tripulantes serão remanejados para outros barcos, numa operação que envolve também equipamentos de salvamento, comida, água etc. O Family é um barco com muita gente e onde se encontram alguns dos coordenadores. Toda esta complexa operação levará a um novo atraso, mas não vamos deixar ninguém para trás.
Quanto aos companheiros que quiseram sair da missão diante dos fatos novos, já puderam fazê-lo (e foram poucos) nenhum do Sirius, o nosso barco.
Com o remanejamento dos camaradas do Family teremos mais seis companheiros novos no nosso barco, que já estava com muita gente, mas vamos nos reacomodando e vamos em frente.
Precisamos ganhar a guerra de narrativas com o Estado de Israel, que agora diz que não respondemos à oferta de um porto em Israel para descarregar nossa ajuda humanitária, que seria distribuída por Israel aos palestinos de Gaza — quando todos sabemos que Israel impede a entrada de centenas de caminhões de ajuda humanitária, que apodrecem na fronteira do Egito com Gaza, e que o que eles distribuem através de uma empresa controlada por eles e pelos EUA serve de armadilha para matarem — metralhando — crianças, mulheres e homens que se aproximam para pegar um pouco de comida. Os genocidas sionistas dizem que não aceitamos a sua proposta porque não lhes interessa levar a ideia de que somos terroristas a serviço do Hamas. Com essa versão pretendem justificar os ataques que estão anunciando aos governos que atacarão nossos barcos quando chegarmos em águas internacionais, que eles declaram área de guerra.
Para esta disputa de narrativas contamos com todos os companheiros e com nossas mídias alternativas e redes sociais nos próximos dias, quando estivermos chegando a esta área controlada por Israel.
É importante que se saiba que, em Gaza, foi montado um operativo para descarregar e também para distribuição dos alimentos, medicamentos etc. pelos palestinos, e a nossa meta é chegar até os companheiros em Gaza.
🇵🇸 ISRAEL SERÁ DERROTADO.
🇵🇸 PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR.
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🇵🇸 Atualização 25/9
DECISÃO DEFINITIVA DA FLOTILHA A GAZA
Em reunião simultânea ocorrida em todos os barcos da Flotilha a Gaza, em frente à ilha de Creta, hoje, foi anunciado a todos os participantes que os governos, através dos seus ministérios do Exterior, foram comunicados por Israel de que os barcos da Flotilha a Gaza, quando deixarem as águas territoriais da Grécia — onde se encontram agora — e entrarem em águas internacionais, serão duramente atacados.
Diante da gravidade das ameaças agora oficialmente formalizadas, a coordenação, ou comitê central, da Flotilha decidiu consultar todos os participantes, incluindo as tripulações, para saber se, diante deste fato novo, alguém quer sair da missão por mar, sendo esta a última oportunidade de fato para desembarcar. Outra questão colocada é que, para todos os que decidirem seguir, as decisões do comitê central serão acatadas. Em nosso barco, seguiremos todos.
Quero comentar a decisão tomada. Quem entrou nesta missão sabia que todas as hipóteses estariam colocadas e, na minha opinião, continuam todas colocadas; não é porque os governos foram comunicados que a pior hipótese pode ser dada como certa, mas também não pode ser descartada.
Na reunião, uma companheira comentou comigo que sua posição pessoal era de seguir em frente, mas que precisava consultar a direção da sua organização política. Eu não tive e não tenho dúvida da posição da CSP-Conlutas, que estou aqui representando, e por isto declarei: Vamos a Gaza.
Quanto à questão de acatar as decisões a serem tomadas pela coordenação ou comitê — sobre a qual houve uma discussão — declarei que o único momento em que a democracia operaria não pode ser o critério de decisão diante de uma situação “militar”, como é o nosso caso agora.
Estamos cumprindo o nosso papel. Esperamos que nossos governos — e, em especial, o nosso — façam sua parte, rompam todas as relações com Israel e tomem ações concretas contra o genocídio em Gaza.
🇵🇸 PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR! 🇵🇸
Magno de Carvalho
– Sintusp
– Membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas
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🇵🇸 Atualização 24/9
Soou o alarme e não era treinamento!
À uma hora da madrugada de hoje, 24/9, nossos barcos navegavam bem próximos. Eu havia terminado meu turno de vigilância às 23 horas e dormia, como a maioria dos companheiros e companheiras do Sirius, quando soou o alarme. Rapidamente, estávamos todos no convés de proa, em nossos lugares predeterminados nos treinamentos, com nossos coletes salva-vidas afivelados, sapatos fechados, passaportes, celulares e medicamentos em mãos, como em todas as simulações.
Desta vez, eram drones que sobrevoavam a flotilha, lançando projéteis explosivos próximos a alguns barcos, sem atingir qualquer embarcação. De todos os barcos, víamos os drones e projéteis. E ouvimos as explosões. Foram 12 ataques ao longo de três horas. É claro que não houve erro de alvo: não quiseram atingir nossos barcos. Na minha opinião, o objetivo dos militares israelenses é a tentativa de desgaste psicológico, de tirar o nosso sono etc.
Não conseguirão nos abater. Nós nos inspiramos na resistência e na resiliência dos palestinos, que enfrentam um brutal e cruel genocídio e sobrevivem.
Venceremos!
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🇵🇸 Atualização 21/9
🔊OUÇA AQUI
A humanidade precisa deter o massacre cada vez maior em Gaza; caso contrário, não somos dignos de nos intitular seres humanos.
Sobre a nossa flotilha, estamos agora indo direto para Gaza, com mais de 40 barcos e mais de trezentos companheiros(as). A previsão de chegada a Gaza, se não houver nada no caminho, como diz o capitão, é dia 29, para descarregar nossa carga de alimentos e medicamentos para o povo palestino de Gaza.
Temos que, todos juntos, em terra ou no mar:
🇵🇸 SOAR O ALARME CONTRA A INVASÃO TOTAL DE GAZA.
🇵🇸 FURAR O CERCO A GAZA.
🇵🇸 BARRAR O GENOCÍDIO.
🇵🇸 PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR.
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🇵🇸 Atualização 18/9
Hoje, 18/9, houve na madrugada uma reunião dos capitães de todos os barcos, que durou 4 horas com pauta única: a tempestade! Alguns, principalmente os italianos, defenderam romper e atravessa-la outros, como nosso Capitão, defenderam que devemos esperar cerca de 24 horas e então seguir! Venceu esperar 24 horas: posição que acho corretíssima, pois poderíamos perder mais barcos menores: como ocorreu na tempestade, após sairmos de Barcelona, portanto vidas seriam arriscadas, principalmente nesses pequenos barcos.
Nossa missão não é uma aventura, como dizem alguns dos nossos detratores, ou uma competição de bravura. Nosso objetivo e chegar a Gaza com todos os barcos, com todas as pessoas vivas e com toda nossa carga de alimentos e medicamentos para entregarmos a nossos Companheiros(as) Palestinos(as) em Gaza.
É claro que estes atrasos sucessivos nos criam alguns problemas, como o esgotamento da comida que temos para a viagem, mas vamos racioná-la desde já.
Quero falar um pouco do nosso barco, o Sirius: é, como eu já disse, um barco histórico (ou tombado como se diz no Brasil) teve sua primeira largada em 1919, isto é, tem 106 anos! Todos o chamam de “barco pirata” é um veleiro de 2 mastros enormes, cujas velas até agora não foram içadas. Estou aproveitando para aprender muitas novas técnicas de marinha, num barco que não poderia ser mais completo. O Capitão me disse hoje: “Nada poderia ser mais honrado para um barco que está no fim da sua vida útil do que ir a Gaza!”
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🇵🇸 Atualização 17/9
1ª Atualização 17/9
Estamos navegando bem. Hoje devemos nos encontrar com os barcos vindos da Itália, mais à frente os da Grécia. Ontem à noite, um drone ficou sobrevoando a flotilha por um tempo e depois foi embora. As previsões de chegada a Gaza continuam para o dia 26.
2ª Atualização 17/9
Em reunião pela manhã, tivemos informes vindos do capitão. Estamos navegando próximo da costa da Sicília. Um barco vai até o porto abastecer; será a última oportunidade para quem quiser desembarcar. Dois barcos de uma frota de resgate de imigrantes vão acompanhar a flotilha até a zona laranja. Logo, os barcos da Itália se juntam a nós. Temos à frente uma grande tempestade (agora temos pouco mais de um metro de ondas; na tempestade, haverá ondas com mais de 3 metros). Os capitães vão decidir se tentam contorná-la, esperar que passe ou enfrentá-la sem parar. Nas três hipóteses, teremos um novo pequeno atraso.
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🇵🇸 Atualização 16/9
Hoje, terça-feira, 16/9, são 9h30 aqui (4h a menos no Brasil). Estamos navegando bem e ao encontro dos barcos originários da Itália e da Grécia.
Seremos, no total, cerca de 40 barcos, ou pouco mais, dos cerca de 50 que tínhamos inicialmente, rumando a Gaza, com a previsão confirmada de cerca de 12 dias de viagem até a área vermelha, na qual provavelmente seremos interceptados ou, na pior hipótese, bombardeados. Não creio muito nesta segunda hipótese.
No nosso barco estamos todos bem. Temos tarefas para todos, entre: cozinha, limpeza, segurança e vigilância noturna. Continuo nesta última em rodízio.
Agora teremos reunião e treinamento para abordagem com os nossos 8 novos companheiros(as), que entraram em nosso barco em Bizerte. Nosso barco, o SIRIUS, está sendo o barco guia (e vai à frente). Sigo informando!
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🇵🇸 Atualização 15/9
Diário de bordo de Magno de Carvalho – Flotilha Global Sumud – Voltamos a navegar: Etapa decisiva!
Finalmente voltamos a navegar. Agora estamos começando a etapa decisiva da nossa missão rumo a Gaza.
Foram vários os problemas que tivemos que superar na primeira etapa: a tempestade de grandes proporções na saída de Barcelona avariou alguns barcos, principalmente os menores; alguns não puderam ser recuperados. Em Tunis (Tunísia), tivemos o bombardeio por drones em dois barcos, que causou incêndio, avariando bastante o primeiro (que acabou sendo recuperado). As autoridades portuárias criaram um longo problema burocrático com o embarque de duas marinheiras do nosso barco, o que levou muitas horas para ser resolvido.
No porto de Bizerte, não havia combustível para abastecer os barcos, o que gerou um novo atraso. Em Bizerte houve remanejamento dos participantes entre os barcos e também o corte inevitável de alguns, em função da perda dos barcos avariados. A polícia portuária fez fotos e colheu as digitais de todos os participantes e, além de revistar os barcos, inspecionou as bagagens individuais de todos os tripulantes, o que gerou mais atraso.
Tudo isto fez com que o nosso plano de chegar à área considerada vermelha no dia 13 de setembro fosse totalmente inviabilizado. Estamos saindo da Tunísia no dia 14 de setembro, com 12 dias de navegação pela frente até a zona vermelha.
Partimos ao pôr do sol com alguns companheiros no cais que furaram o bloqueio da polícia portuária, gritando palavras de ordem de apoio à Palestina, e, para completar a emoção, saímos com vários golfinhos “escoltando” o nosso barco.
Vamos a Gaza com um compromisso assumido de forma muito discutida e consciente: não pararemos quando os sionistas, de seus navios, gritarem “Stop!”. Só responderemos se nos atacarem ou invadirem nossos barcos, porque nosso objetivo é chegar a Gaza com as nossas — não muitas — toneladas de alimentos e medicamentos e abrir um corredor marítimo para que muito mais ajuda humanitária necessária chegue a este povo, que sofre um genocídio cruel, com bombas e com a fome usada como arma de guerra, matando crianças, mulheres e homens diariamente diante dos nossos olhos.
Jogaremos todos os nossos celulares no mar quando formos atacados; não navegamos levando dinheiro nem cartões bancários porque eles roubam e sacam o dinheiro de nossas contas, como fizeram com os companheiros das missões anteriores, que foram presos e levados a Israel. Contamos com a luta que nunca faltou dos companheiros dos 44 países aqui representados.
PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR!
Magno de Carvalho
– Membro da Executiva da CSP-CONLUTAS
– SINTUSP
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🇵🇸 Atualização 12/9
Magno de Carvalho fala sobre a importância da MARCHA GLOBAL POR GAZA
🇵🇸 Atualização 11/9
Estamos no nosso barco, o Sirius, no porto de Bizerte, a 8 horas de navegação do porto onde estávamos em Tunis. Esta é a última parada antes de zarpamos para Gaza. Aqui já estão vários barcos da flotilha e muitos outros se somarão a nós.
Partiremos apenas no sábado (depois de amanhã). Com as bombas dos drones no porto de Tunis e as avarias de alguns barcos — alguns que não poderão prosseguir e outros que estão em reparos — o atraso foi inevitável.
A logística da organização de uma frota com dezenas de embarcações partindo de portos diversos é inacreditável, muito maior do que podíamos prever. Creio que toda a experiência da primeira etapa até aqui foi importantíssima para que zarpemos para a jornada decisiva e perigosa com mais segurança e preparo.
A acolhida em Barcelona, com mais de 50 mil pessoas na nossa saída, e o que vimos em Tunis — com a população em massa tomando o porto e permanecendo dia e noite após nossos barcos serem atingidos, para dar proteção à flotilha — nos dá uma enorme força.
Agora sinto, como nunca, que estes monstros naziSSionistas e Israel serão derrotados. Os trabalhadores e os povos de todo o mundo demonstram cada vez mais isso.
Palestina livre, do rio ao mar.
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🇵🇸 Atualização 9/9
VAMOS A GAZA! Esse foi o grito de Guerra na Assembleia da Flotilha Global Sumud de hoje (9/9) em Túnis.
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🇵🇸 Atualização 7/9
Teremos uma parada técnica em Túnis até o dia 10/9, porque temos que sair de lá direto a Gaza, com todos os barcos nas melhores condições possíveis, que deverão ser adquiridas em Túnis.
Exemplo: nosso barco é um barco-museu e foi colocado em condições de navegação três dias antes da partida. Temos tido todo tipo de problema diariamente: bomba d’água do tanque de água, bomba de porão, piloto automático com pane etc.
Temos uma equipe de tripulantes incrível quanto à capacidade técnica: um eletricista, uma engenheira, um capitão polivalente, timoneiros e um menino de 18 anos que faz de tudo e encontra soluções para as mais diversas questões de infraestrutura.
Os demais barcos têm vários problemas de inúmeras ordens, em especial os pequenos, que não seriam próprios para uma navegação desta envergadura.
O nosso capitão disse que, só pela incrível determinação de todos os embarcados, o desempenho da flotilha até aqui não podia ser melhor.
Em Túnis, vários dos problemas apresentados serão tratados e teremos condições melhores na etapa decisiva, de Túnis a Gaza, etapa em que não haverá parada e ninguém poderá desembarcar, independentemente da hipótese.
Túnis será a última oportunidade de desembarque para qualquer participante ou tripulante.
Creio que ainda estamos nos preparando da melhor forma para as variadas situações hipotéticas.
É a nossa convicção, acima de tudo, que empurra nossos barcos com comida e medicamentos para nossos irmãos.
Algumas coisas são tristes, entretanto: em Gaza, companheiras(os) que esperam nossa chegada, especialmente mães com crianças e bebês, perguntam se podem ter lugares em nossos barcos para voltarem conosco.
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🇵🇸 Atualização 6/9
Por que lutamos por Gaza, pelos palestinos massacrados? A história e as futuras gerações cobrarão de nós, se permitirmos que prossiga esta barbaridade, pela passividade conivente dos que só ficaram assistindo e apenas lamentando o sangue, em especial o das crianças, que vimos, da poltrona, correr nas ruas, nos escombros dos hospitais e dos prédios, muitas morrendo de fome nos braços de suas mães.
Será que eu estou sendo muito dramático neste depoimento? Mais dramático do que vemos sentados na poltrona?
Espero que estas poltronas se tornem tão insuportáveis que muitos não consigam suportá-las.
O dia 13 de setembro é um bom dia para nos levantarmos dessas poltronas incômodas. Em todo o mundo haverá protestos exigindo que o genocídio pare, que a nossa flotilha não seja barrada ou atacada e que a Palestina volte a ser livre, do rio ao mar!

Estou matando a saudade de navegar com meu barco, do qual tive que me desfazer há cerca de 4 meses. Estou aqui com minha habilitação para conduzir barcos, mas irei, assim como todos das tripulações dos barcos, me desfazer da mesma, pois os sionistas, na abordagem aos barcos, visam em primeiro lugar os Capitães e demais tripulantes.
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🇵🇸 Atualização 5/9
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🇵🇸 Atualização 5/9
Magno de Carvalho sobre a tripulação e o barco Sirius
Vou falar um pouco do nosso barco, o Sirius, e da nossa rotina: É um veleiro grande, com motores potentes e velas que poderão ser usadas para economizar combustível. Temos 28 companheiros no total, sendo 7 tripulantes, uma equipe que não poderia ser melhor. O capitão era, até pouco tempo, comandante de barco de resgate, assim como outros da tripulação. Foi o capitão que indicou a compra deste barco pela Flotilha (todos os barcos que estão indo a Gaza são propriedade da Flotilha). Toda a tripulação é politicamente engajada na nossa luta.
Creio que nosso barco é um dos 3 maiores nesta missão, o que permite uma situação melhor que a dos menores em vários aspectos, em outros não. Exemplo: banheiro para “nº 2”, temos apenas 1 para 28; apenas 1 pia para banho de esponja para as “partes”; banho completo só com água salgada, que alguns usam, como eu, depois esponja com água doce.
Está bem, temos tarefas diárias divididas. Eu, por exemplo, estou na equipe de ajudante de cozinha e vigilância noturna, em rodízio de 4 horas para cada dupla: uma dupla na proa e bombordo, outra na popa e boreste. Estamos conscientes de que os três barcos maiores são melhores para navegar, mas devem ser os mais visados pelas forças de interceptação e ataque de Israel. Não creio muito em ataque nas circunstâncias atuais, mas apenas em interceptação, provavelmente prisão em Israel.
Aviso: ficaremos todos sem celulares quando interceptados; jogaremos ao mar. Teremos advogados na Palestina e em Israel, e contamos com apoio nos nossos países para pressionar os governos a intercederem pela libertação de todos.
Fazemos simulações constantes de como agir na hora da tomada dos barcos pelas forças israelenses. Estamos nos preparando em todos os sentidos, e estou cada vez mais convicto da firmeza dos camaradas aqui do Sirius.
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🇵🇸 Atualização 2/9

Este Marzão é diferente do Pacífico e parece demais com o Marzão do nordeste brasileiro: o mesmo tom de azul profundo, a mesma pujança e força. Certamente é assim até Gaza.
As notícias da resistência palestina e os pequenos grandes sucessos em ataques às tropas genocidas de ocupação nos dão força e ânimo, mais que tudo. Lembremos do Vietnã, onde o monstro gigante que massacrou por anos os vietnamitas — os EUA — acabou sendo derrotado e humilhado no sudeste asiático.
Os palestinos têm a mesma força, vinda da justeza da sua luta contra o invasor, a força de resistir ao extermínio, à brutalidade contra suas crianças, aos olhos do mundo que assiste pela TV.
A nossa luta, ida a Gaza com esta ajuda humanitária, deve demonstrar que o ser humano ainda é digno desta designação. Não falo de nós que estamos aqui e dos muitos que quiseram estar aqui, mas dos milhões ou bilhões que apoiam a causa palestina das mais variadas formas.
O Estado genocida de Israel já está sendo derrotado moralmente, e sua derrota cresce a cada dia. Por isso, veremos a destruição do sionismo, do imperialismo e seguiremos em frente na luta maior para derrotar o capitalismo.
Neste momento, com os palestinos à frente, o objetivo é uma Palestina livre, do Rio ao Mar!
Magno de Carvalho: Sintusp e Executiva Nacional da CSP-Conlutas
