Em reunião simultânea ocorrida em todos os barcos da Flotilha a Gaza, em frente à ilha de Creta, hoje, foi anunciado a todos os participantes que os governos, através dos seus ministérios do Exterior, foram comunicados por Israel de que os barcos da Flotilha a Gaza, quando deixarem as águas territoriais da Grécia — onde se encontram agora — e entrarem em águas internacionais, serão duramente atacados.

Diante da gravidade das ameaças agora oficialmente formalizadas, a coordenação, ou comitê central, da Flotilha decidiu consultar todos os participantes, incluindo as tripulações, para saber se, diante deste fato novo, alguém quer sair da missão por mar, sendo esta a última oportunidade de fato para desembarcar. Outra questão colocada é que, para todos os que decidirem seguir, as decisões do comitê central serão acatadas. Em nosso barco, seguiremos todos.

Quero comentar a decisão tomada. Quem entrou nesta missão sabia que todas as hipóteses estariam colocadas e, na minha opinião, continuam todas colocadas; não é porque os governos foram comunicados que a pior hipótese pode ser dada como certa, mas também não pode ser descartada.

Na reunião, uma companheira comentou comigo que sua posição pessoal era de seguir em frente, mas que precisava consultar a direção da sua organização política. Eu não tive e não tenho dúvida da posição da CSP-Conlutas, que estou aqui representando, e por isto declarei: Vamos a Gaza.

Quanto à questão de acatar as decisões a serem tomadas pela coordenação ou comitê — sobre a qual houve uma discussão — declarei que o único momento em que a democracia operaria não pode ser o critério de decisão diante de uma situação “militar”, como é o nosso caso agora.

Estamos cumprindo o nosso papel. Esperamos que nossos governos — e, em especial, o nosso — façam sua parte, rompam todas as relações com Israel e tomem ações concretas contra o genocídio em Gaza.

PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR!

Magno de Carvalho
– Sintusp
– Membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas