O Sindicato dos Trabalhadores da USP é um sindicato classista, combativo e democrático forjado em décadas de enfrentamento contra a exploração, a opressão e o autoritarismo que marcam tanto nossa universidade quanto o conjunto da sociedade capitalista. Sua história é parte viva das lutas que buscaram ampliar direitos, combater injustiças e para colocar a USP verdadeiramente a serviço dos trabalhadores e do povo pobre.

Um sindicato forjado na luta

O Sintusp nasce da inquietação diante da repressão da ditadura militar, quando o direito de organização era proibido a servidores públicos e os trabalhadores enfrentavam péssimas condições de trabalho e de salários. Sob uma “semiclandestinidade”, a então ASUSP (Associação de Servidores da USP) organizou greves vitoriosas como a de 1979, que conquistou reajustes e avançou na unidade da categoria. Ao longo dos anos 80, novas greves enfrentaram governadores e reitores, alcançando vitórias como a autonomia universitária atual, a carreira dos servidores e reajustes históricos. Em 1988, no calor da greve mais longa da categoria e no marco da Constituinte, nasce o Sintusp — o primeiro sindicato público de base eleita e assembleia soberana, referência para trabalhadores de todo o país.

Esta tradição de luta permanece até hoje, nos embates contra-ataques aos nossos direitos, cortes de salários e tentativas de avançar a privatização na universidade.

Defesa do Hospital Universitário (HU)

A defesa do HU é uma das nossas bandeiras. Por meio de greves, mobilizações e pressão constante, o sindicato confrontou a reitoria e governos, garantindo que o HU permanecesse na USP. O HU já foi referência de excelência em saúde pública, funcionando como espaço de formação acadêmica. Defender o HU é defender vida e o caráter público da universidade e da saúde. O Sintusp luta para que trabalhadores e comunidade tenham acesso amplo e de qualidade à saúde, sem sucateamento, sem fundações como a Faepa ou FFM, organizações sociais (OSs) ou terceirização.

Luta contra a terceirização e pelo BUSP

A terceirização é uma forma de aprofundar a exploração, fragmentar a categoria e precarizar o trabalho. O Sintusp combate essa lógica, denunciando a injustiça de dividir trabalhadores em diferentes castas e exigindo a efetivação de todos os terceirizados que hoje estão trabalhando na universidade sem concurso, pois, para os atuais trabalhadores terceirizados o concurso significaria demissão em vez de promover igualdade. O sindicato afirma que todos que trabalham na USP são parte da mesma classe e merecem os mesmos direitos e salários.

Essa desigualdade fica evidente no caso do BUSP, o cartão de transporte interno da USP. Enquanto efetivos, docentes e estudantes têm direito ao BUSP, os terceirizados são excluídos dessa política, que escancara o caráter elitista e discriminatório da administração universitária. Negar o direito ao transporte é negar dignidade e respeito a milhares de trabalhadores que garantem o funcionamento da universidade. O Sintusp denuncia essa segregação e defende o direito ao BUSP para todos os trabalhadores terceirizados, construindo a unidade entre todos os setores da categoria para romper barreiras impostas pelo patrão.

Combate às opressões

A luta contra a opressão está no centro da atuação do Sintusp. O sindicato possui a Secretarias de Mulheres e a Secretaria de Negras, Negros e de combate ao racismo com o compromisso de combater seja em nossas fileiras, seja na USP e fora dela o machismo, racismo, LGBTfobia ou qualquer tipo de opressão. O Sintusp entende que enfrentar a opressão não é tarefa secundária: é condição para construir a verdadeira unidade da classe trabalhadora. Lutar contra todas as formas de discriminação é fundamental para que cada companheiro ou companheira tenha voz ativa e possa ser sujeito seja nas assembleias, nos seus setores ou nas lutas.

Democracia operária e organização de base

O Sintusp estrutura sua ação na democracia operária. Todas as decisões são tomadas em assembleias soberanas, sempre de microfone aberto onde o trabalhador fala, propõe e constrói os rumos do sindicato. O Conselho Diretor de Base (CDB) fortalece a democracia sindical, organizando os representantes eleitos por Unidade para articular campanhas, mobilizações e reivindicações. Nos momentos de luta, o comando de greve garante direção coletiva, horizontalidade e mobilização real de toda a base.

O congresso da categoria é a instância máxima: é nele que se debate o estatuto, as estratégias de combate ao patrão e ao Estado. A democracia operária vivida no Sintusp rompe com o modelo tradicional sindical e faz do sindicato instrumento autêntico da classe trabalhadora, independente de governos, patrões e reitoria.

O Sintusp é instrumento da nossa classe

O Sintusp chama todos os novos funcionários a conhecer o sindicato, fortalecer a participação, e ampliar o alcance das nossas batalhas. Filie-se, participe das assembleias, integre as secretarias e ajude a construir um sindicato combativo, classista, democrático e comprometido com os interesses dos trabalhadores e do povo pobre.